Os professores que se formam em cursos presenciais
saem mais preparados do que aqueles que fazem a graduação à distância. Essa é a
opinião de 90% dos docentes do Rio Grande do Norte
entrevistados na pesquisa da ONG Todos Pela Educação.
Desse total, 58% concordam totalmente com
a afirmação e outros 32% concordam em parte. Já 7%
discorda em parte e 3% discorda totalmente.
O estudo foi realizado pelo Instituto Península e o
movimento Profissão Docente, em uma parceria com o Itaú Social, e analisou as
respostas de 6.775 entrevistados, entre julho e dezembro de 2022 em
todo o Brasil. Todos são funcionários de escolas públicas municipais e
estaduais, do ensino fundamental I ao ensino médio.
No país, 84%
do docentes concordam que profissionais formados em cursos presenciais estão
melhor preparados. O dado acende um alerta, já que atualmente 61,1%
dos concluintes dos cursos voltados à formação no Brasil são oriundos de cursos
à distância.
Também sobre a preparação para a profissão, a
pesquisa aponta ainda que 31% dos professores que atuam no Rio Grande do Norte
dizem que os atuais cursos de pedagogia e licenciaturas estão preparando bem os
professores para o início da profissão e que 52% deles dizem que não receberam
orientação específica em seu primeiro ano de docência.
Outros dados da pesquisa no RN:
- Apenas
8% concordam (1% totalmente e 7% em parte)
que, no Brasil, os professores são tão valorizados quanto médicos,
engenheiros e advogados.
- 96%
dos professores sinalizam que
gostariam de participar mais do desenho de políticas e programas
educacionais de sua rede de ensino.
- 94%
concordam totalmente que o que traz mais
satisfação na profissão é quando percebem que os alunos estão aprendendo.
- 8
em cada 10 entrevistados concordam que, se
pudesse decidir novamente, ainda escolheriam ser professor
- 95%
dos professores concordam (73%
totalmente e 22% em parte) que a progressão na carreira deve vir através
da melhoria da prática pedagógica
- Cerca
de 34% dos professores discordam, totalmente ou em
parte, que seus planos de carreira atendem suas expectativas de
crescimento profissional
Já os desafios no dia a dia das escolas mais
elencados pelos professores do RN foram:
- o
desinteresse dos estudantes pelas aulas (27%) e
- a
defasagem de aprendizagem dos estudantes (25%).
Os professores entrevistados no estado disseram
ainda que as principais ações que a Secretaria de Educação deveria priorizar
nos próximos anos, entre 10 medidas elencadas pela pesquisa, são: promover
programas de reforço e recuperação para os estudantes (21%), melhorar
as condições de infraestrutura das escolas (20%) e oferecer
apoio psicológico aos professores e estudantes (15%).
Apesar da maioria concordar que profissionais
formados em cursos presenciais são mais bem-preparados, em
pedagogia (que prepara profissionais para a educação infantil), há faculdades
com notas baixíssimas “caçando” alunos com mensalidades abaixo de R$ 200.
Nesta
reportagem, publicada em 2022, o g1 explica quais são os
principais problemas dos cursos de formação de professor:
- Há
um crescimento desenfreado de cursos com aulas à distância, com a maioria
dos alunos em EAD, em uma graduação que exigiria mais prática e contato
presencial em sala.
- As
aulas são extremamente teóricas e não preparam os profissionais para a
realidade das escolas.
- Os
mecanismos de avaliação de qualidade são falhos, somados à falta de
regulação na abertura/fechamento de cursos.
- Existe
a preponderância de uma lógica mercantil, em que mensalidades baixas,
promoções e ligações de televendas para angariar mais alunos sobrepõem-se
à preocupação com a qualidade acadêmica.


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