O navio graneleiro São Luiz, que foi arrastado pelo vento e se chocou contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, na última segunda-feira (14), não é o único na Baía de Guanabara que está abandonado e em estado precário de conservação.
O RJ2 deu um giro pela região nesta
terça-feira (15) e encontrou dezenas de embarcações com alto risco de
acidentes.
O Canal de São Lourenço, conhecido como o cemitério
de navios da Baía de Guanabara, que está localizado entre os municípios
de Niterói e
São Gonçalo, está repleto de embarcações enferrujadas e completamente
abandonadas.
"Esse é um passivo ambiental antigo aqui da
Baía de Guanabara. Há cerca de 30 anos, pelo menos, esse cemitério de navio
está ali, concentrado principalmente no Canal de São Lourenço, em Niterói, mas
também há embarcações afundadas", contou o representante do Movimento Baía
Viva.
Alguns dos navios desse cemitério são alvos de
processos judiciais e aguardam leilão. Algumas estruturas estão quase afundando
nas águas da baía.
"Por incrível que pareça, nunca foi feito um
inventário do número de embarcações que estão afundadas na Baía de Guanabara e
também de navios como esse São Luís. São embarcações extremamente precárias,
inseguras. Provavelmente dentro delas há inclusive óleo. Isso pode provocar um
desastre na Baía de Guanabara", comentou.
Em 2020, o RJ2 mostrou que o
acúmulo de navios abandonados na Baía de Guanabara já era um problema grave.
Na época, a equipe de reportagem também percorreu as
águas da baía, desde a Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, até Niterói,
na Região Metropolitana. Sem uma fiscalização adequada, já era possível ver
navios e barcos pesqueiros encalhados se acumulando.
Batida deixou marcas na ponte
A batida entre o navio São Luís e a Ponte
Rio-Niterói deixou marcas no guarda-corpo da via e na embarcação, que foi levada
por rebocadores até o Porto do Rio, na manhã desta terça-feira (15).
A equipe do RJ2 também esteve no
local exato onde o choque aconteceu, entre os pilares 73 e 71 da ponte. Da
baía, foi possível registrar manchas vermelhas na estrutura da ponte.
O navio graneleiro São Luiz, que estava ancorado na
Baía de Guanabara desde 2016 e foi levado pelo vento até se
chocar contra a estrutura da ponte, também ficou com marcas da batida.
O estado de deterioração da embarcação é grande e é
possível ver muita ferrugem e sinais de abandono. O navio tem cerca de 200
metros de extensão e capacidade para transportar 42 mil toneladas de grãos.
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