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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

'Cemitério de navios': giro pela Baía revela dezenas de embarcações abandonadas



O navio graneleiro São Luiz, que foi arrastado pelo vento e se chocou contra a estrutura da Ponte Rio-Niterói, na última segunda-feira (14), não é o único na Baía de Guanabara que está abandonado e em estado precário de conservação.

RJ2 deu um giro pela região nesta terça-feira (15) e encontrou dezenas de embarcações com alto risco de acidentes.

O Canal de São Lourenço, conhecido como o cemitério de navios da Baía de Guanabara, que está localizado entre os municípios de Niterói e São Gonçalo, está repleto de embarcações enferrujadas e completamente abandonadas.

"Esse é um passivo ambiental antigo aqui da Baía de Guanabara. Há cerca de 30 anos, pelo menos, esse cemitério de navio está ali, concentrado principalmente no Canal de São Lourenço, em Niterói, mas também há embarcações afundadas", contou o representante do Movimento Baía Viva.

Alguns dos navios desse cemitério são alvos de processos judiciais e aguardam leilão. Algumas estruturas estão quase afundando nas águas da baía.

"Por incrível que pareça, nunca foi feito um inventário do número de embarcações que estão afundadas na Baía de Guanabara e também de navios como esse São Luís. São embarcações extremamente precárias, inseguras. Provavelmente dentro delas há inclusive óleo. Isso pode provocar um desastre na Baía de Guanabara", comentou.

Em 2020, o RJ2 mostrou que o acúmulo de navios abandonados na Baía de Guanabara já era um problema grave.

Na época, a equipe de reportagem também percorreu as águas da baía, desde a Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, até Niterói, na Região Metropolitana. Sem uma fiscalização adequada, já era possível ver navios e barcos pesqueiros encalhados se acumulando.

Batida deixou marcas na ponte

A batida entre o navio São Luís e a Ponte Rio-Niterói deixou marcas no guarda-corpo da via e na embarcação, que foi levada por rebocadores até o Porto do Rio, na manhã desta terça-feira (15).

A equipe do RJ2 também esteve no local exato onde o choque aconteceu, entre os pilares 73 e 71 da ponte. Da baía, foi possível registrar manchas vermelhas na estrutura da ponte.

O navio graneleiro São Luiz, que estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016 e foi levado pelo vento até se chocar contra a estrutura da ponte, também ficou com marcas da batida.

O estado de deterioração da embarcação é grande e é possível ver muita ferrugem e sinais de abandono. O navio tem cerca de 200 metros de extensão e capacidade para transportar 42 mil toneladas de grãos.

 



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