A cada dez veículos novos vendidos no Rio Grande do
Norte de janeiro a agosto deste ano, pelo menos cinco são motocicletas. Meio de
locomoção mais barato que os carros e também mais econômica, as motos
representam, em 2022, 52,72% dos veículos emplacados no Rio Grande do Norte,
segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave). Somente em agosto deste ano as vendas cresceram 20,7% em relação
ao mesmo mês do ano passado.
De acordo com a Fenabrave, no acumulado do ano – de
janeiro a agosto – foram emplacadas 13.304 motocicletas novas, em todo o RN; o
número é superior ao de veículos de passeio e comerciais leves (10.375).
Comparando com o acumulado do mesmo período de 2021, o resultado é um
crescimento de 17,88%. É a maior alta de venda de veículos no estado,
considerando carros de passeio, comerciais leves, caminhões, implementos
rodoviários e ônibus. Além das motocicletas, apenas os ônibus tiveram aumento
nas vendas no acumulado em 2022.
De acordo com o economista Janduir Nóbrega, o
principal elemento que pesa a favor do aumento de motocicletas no Rio Grande do
Norte é o preço. “A moto mais popular, essas de menor potência, está na casa
dos R$ 8 mil, que aliás é o carro-chefe deste pacote”, afirmou o especialista.
Nóbrega afirma que a facilidade de crédito também é um dos pontos que tem
facilitado a vendas de motos. “É mais fácil pagar uma moto de 7 mil, do que
pagar um carro de R$ 20 mil ou R$ 30 mil. Com R$ 500 de entrada você já sai com
a moto. A facilidade do mercado de motos em relação ao de carro é muito
diferente para o trabalhador com uma renda menor”, analisou.
Gabriel Souza é morador da Zona Norte e estuda na
Zona Sul de Natal. Acabou comprando uma moto visando ter maior mobilidade e
também economia de combustíveis. Um dos fatores que pesou na compra foram as
obras na Avenida Felizardo Moura, que devem aumentar o trânsito na ponte Newton
Navarro. “Terão vários engarrafamentos na ponte nova. Com isso, vou conseguir sair
da Zona Norte sem ter tanto problema com o trânsito. Sem contar a economia, a
moto faz em torno de 40 km/l no etanol, enquanto o carro faz médias, 8 km/l a
10 km/l”, ponderou o estudante.
Outro ponto levantado pelo economista foi o custo de
manutenção, que costuma ser mais em conta que nos carros e que este tipo de
veículo passou a ter mais presença também no interior do estado. “Hoje não é
uma coisa incomum, chegar a uma fazenda, sítio, e o cara está tangendo o gado
de moto. Ela passou a ser um substituto real da bicicleta e dos animais de
maneira geral. Além de ser um veículo versátil que tem rapidez no deslocamento
apesar dos riscos que ela traz para o condutor”, finalizou.
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