Um advogado foi preso nesta segunda-feira (8) suspeito de integrar uma organização criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Além do advogado, a ação cumpriu outros quatro mandados de prisão contra detentos. As prisões fazem parte da Operação Carteiras 2.
O advogado foi preso na Penitenciária de Alcaçuz, em
Nísia Floresta, na Grande Natal. Ele é apontado pelo Ministério Público
Estadual como "mensageiro do crime".
A investigação do MPRN apurou que ele, por diversas
vezes, trocou mensagens com detentos, estabelecendo a comunicação entre os
internos integrantes da organização criminosa que ainda estão nas ruas e as
lideranças encarceradas.
O MPRN informou que já ofereceu denúncia contra o
advogado preso nesta segunda-feira e ele já é réu em ação penal. Na denúncia, o
MPRN mostra que no dia 6 de outubro de 2021, o advogado entrou na penitenciária
de Alcaçuz portando um print de conversa do aplicativo WhatsApp sobre venda de
objeto ilícito.
No dia 27 de novembro passado, durante atendimento a
internos da mesma unidade prisional, deixou cair um papel no parlatório que
tratava de comunicação dos presos com integrantes da organização criminosa.
Para o MPRN, o advogado preso se aproveitava de suas
funções para driblar a fiscalização penitenciária, usando criminalmente suas
prerrogativas.
Na denúncia, o MPRN frisa que o advogado preso “não
é mensageiro de simples faccionados, e sim de algumas lideranças mais
importantes da organização criminosa, ou seja, estão atuando diretamente na
gestão e manutenção da facção criminosa, que continua em plena atividade até os
dias atuais.
Aliás, as mensagens repassadas não são simples
mensagens fraternas, mas sim missivas do crime, relacionadas a missões e
logística do comércio ilícito de entorpecentes.
Com efeito, conclui-se que a atuação do advogado é
fundamental para a organização e manutenção do tráfico de drogas e que, através
dele, criminosos condenados, dentro de estabelecimento penais, continuam a
praticar crimes, mesmo sob o pálio da custódia estatal”.
A ação contou com a participação da Polícia Militar
e da Secretaria da Administração Penitenciária.
Em nota enviada ao g1 RN, a OAB do
Rio Grande do Norte afirma que está acompanhando as diligências e reforça que
busca proteger as prerrogativas legais dos profissionais.
Operação Carteiras
No dia 8 de julho passado, o MPRN deflagrou a
operação Carteiras, que cumpriu seis mandados de prisão preventiva e outros
quatro, de busca e apreensão, nas cidades de Natal, Parnamirim, Extremoz, Nísia
Floresta. Os mandados foram cumpridos nas residências de advogados, em um
escritório de advocacia e ainda nas penitenciárias estaduais de Alcaçuz e
Rogério Coutinho Madruga. Ao todo, três advogados foram presos na ação.
Confira íntegra de nota da OAB/RN
A OAB do Rio Grande do Norte está
acompanhando as diligências vinculadas a advogados buscando a preservação do
fiel cumprimento da ordem judicial nos limites nela definidos e protegendo as
prerrogativas legais dos profissionais.
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