O governo federal estima que a liberação do saque
extraordinário do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a antecipação do 13º
salário para os segurados do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) deverão injetar R$ 79
bilhões na economia a partir desta semana, quando começa o pagamento do abono aos
aposentados e pensionistas.
De acordo com o Ministério do Trabalho e
Previdência, os dois benefícios deverão atingir um total de 73 milhões de
brasileiros.
O calendário do resgate de até R$ 1.000 do fundo
segue a data de aniversário do beneficiário e começou na última quarta-feira
(20), para trabalhadores nascidos em janeiro. A próxima liberação será no
próximo sábado (30), para nascidos em fevereiro. A liberação termina em 15 de
junho, mas o valor poderá ser sacado até 15 de dezembro.
Para consultar o saldo do FGTS, é preciso entrar nos
canais oficiais da Caixa Econômica Federal. O processo pode ser feito tanto no
site fgts.caixa.gov.br quanto no aplicativo FGTS.
Já a antecipação do 13º do INSS começa nesta
segunda-feira (25), com a primeira parcela, e vai até junho, com a segunda
parcela. Até 6 de maio, mais de 31 milhões de segurados serão
beneficiados, entre aposentados e pensionistas.
Segundo estimativa da CNC (Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a liberação do saque extraordinário do
FGTS e a antecipação do 13º salário do INSS deverão produzir no segundo
trimestre um aumento em torno de 3% a 4% nas vendas do comércio.
"O FGTS é um impulso adicional na economia ao
longo do ano, concentrado no segundo trimestre. No caso da antecipação do 13º
do INSS, embora a soma de recurso seja maior, você está antecipando um recurso
que seria disponibilizado no final do ano. Mas deve produzir um efeito positivo
no volume de vendas do comércio varejista este ano", afirma Fábio Bentes,
economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e Serviços.
No caso do FGTS, a CNC estima que o total de recurso
deva injetar aproximadamente R$ 29 bilhões na economia, e no comércio,
especificamente, devam chegar R$ 10,5 bilhões. No caso do INSS, a soma de
recursos será até maior, de R$ 50 bilhões.
Como será gasto o saque do FGTS
Segundo estimativa da CNC
• 36% - vão para o comércio
• 34% - serão gastos no setor de
serviços
• 24% - serão
utilizados para o pagamento de dívidas
• 6% - serão usados
para o consumo futuro (poupança ou consumo não imediato)
Bentes observa que o pagamento de dívidas é
importante porque o país registra atualmente nível recorde de endividamento. Um
terço da renda das famílias, em média, está comprometido com dívida.
"É importante lembrar que, no caso do FGTS,
como a gente está passando por um período de inflação elevada, mesmo quem não
está precisando do recurso no curto prazo, certamente, vai adotar como
estratégia sacar esse recurso, porque a inflação deve corroer de 4% a 5% se
esses recursos ficarem parados", analisa o economista.
"São medidas bem-vindas, no momento em que o
comércio e, principalmente, o consumidor tem enfrentado dificuldades no que se
refere à perda do poder de compra por conta da inflação. A gente entende isso
como uma recomposição da renda familiar, que caiu cerca de 6,5% nos últimos
meses", conclui Bentes.
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