As quadrilhas juninas compõem um forte traço da
identidade cultural do Rio Grande do Norte e, ao longo dos anos, passaram
também a representar uma fonte de renda para quem participa da cadeia
produtiva, gerando trabalho para bailarinos, aderecistas, produtores e demais
pessoas envolvidas no processo. Atenta a essa realidade, a ONG Sociedade Amigos
da Pinacoteca inseriu no projeto Arte que Inclui, financiado via emenda
parlamentar destinada pelo deputado federal Beto Rosado no valor aproximado de
R$ 500 mil,o primeiro ciclo de formação junina, que iniciou sexta-feira 22, em
Mossoró, no hotel Thermas, e encerra neste domingo 24.
O evento conta com a participação de 80
representantes (2 por cada grupo) de 40 quadrilhas sediadas em diversos
municípios do estado, que foram selecionadas via edital público. As oficinas de
formação acolhem desde quadrilhas premiadas, até algumas que estão em processo
de formação e receberam cerca de R$ 5 mil para fomentar a criação da
agremiação.“Esse projeto Arte que Incluir contempla nichos específicos da
população em três eixos de atuação, iniciando pelo ciclo junino”, explica
Isaura Rosado, uma das fundadoras da ONG.
A programação do primeiro dia encerrou com uma mesa
redonda com o tema Novo Movimento do Ciclo Junino, e contou com a participação
de Alex Melo (Liga das Quadrilhas Juninas do Rio Grande do Norte), Márcia (Lume
da Fogueira, Mossoró), Klebson Ribeiro (Balão Dourado, Natal), Cássio Paiva
(Tico Tico no Fubá, Baraúna), Itamara (Paixão Junina, Riacho da Cruz). No
total, são quatro oficinas voltadas para a capacitação relacionada à realização
de quadrilhas juninas, conforme explicou a coordenadora do projeto, Joriana
Pontes.
“Estamos usando o método da imersão, para
possibilitar que todas as pessoas tenham a noção exata de como a teoria será
aplicada na prática. Ao final, no domingo, cada grupo apresentará o resultado
da sua formação”, disse. As atividades serão documentadaspara que os 80
participantes possam, posteriormente, analisar o que foi trabalhado nas quatro
oficinas temáticas.
A formação específica das diversas áreas que
constituem quadrilha junina ficou a cargo de profissionais experimentados do
mercado da arte potiguar. Temática e Evolução, com Roberto Severiano,
presidente da quadrilha Ceará Junina; Coreografia e Evolução, com a coreógrafa
Diana Fontes; Marcador e Criatividade, com João Paulo, atual marcador da
quadrilha Zé Matuto, de Natal; Figurino e Adereço, por Marcelo Onofre, premiado
em diversos festivais. Cada participante recebeu ajuda financeira para custear
todos os seus gastos, no valor de R$ 703.
O projeto Arte que Inclui contempla desde os
brincantes do ciclo junino, aos jovens da periferia, e também pessoas com
deficiência (PCD), assentados da reforma agrária, quilombolas e indígenas, com
ações lúdicas e de qualificação. Em breve, serão ofertados cursos de fotografia
e edição em celular, marketing pessoal, entre outros, visando principalmente a
ressignificação do mercado de trabalho pós-pandemia.
Para este sábado 23, está previsto no hotel Thermas,
às 19h, o lançamento da publicação Mossoró Cidade Junina Encanta o Congresso
Nacional, editado pelo mandato do deputado federal Beto Rosado, sendo a 12ª
publicação da Sociedade Amigos da Pinacoteca. Ao final deste mês, haverá a
apresentação inclusiva Estrelas que Brilham, com elenco de PCD. Siga
@sociedadeamigosdapinacoteca e acompanhe a programação da entidade.
Projeto fomenta novos grupos juninos
Do município de Riacho da Cruz, no Médio Oeste do
Rio Grande do Norte, surge um dos primeiros frutos do projeto Arte que Inclui.
A formação da quadrilha Paixão Junina, sob a coordenaçãodos coreógrafos Itamara
Soares e Suélio Nobre. Os quadrilheiros receberam as primeiras orientações,
enfatizando a importância da participação e compromisso nos ensaios.
O grupo conta com apoio da Prefeitura Municipal e da
Sociedade Amigos da Pinacoteca, que garante oficinas de capacitações aos
profissionais e recurso para o apoio nas apresentações juninas.
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