O Rio Grande do Norte teve um crescimento de
19% no número de usinas do setor elétrico instaladas no estado na
comparação com 2020. É o que aponta a Secretaria de Desenvolvimento Econômico
do RN (Sedec/RN).
De acordo com a pasta, apenas no ano passado foram
instaladas 36 novas usinas eólicas e uma usina hídrica. Em 2020,
foram 17 novas eólicas e 3 solares.
A produção energética, com isso, também
aumentou e cresceu apenas nas usinas eólicas em 138% de um ano para o
outro, saindo de 642 MW para 1,5 GW.
De acordo com uma análise do Instituto SENAI de
Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), baseadas em dados da Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) e relatório divulgado no final de fevereiro pela
associação europeia de energia eólica WindEurope, a produção de 1,5 GW em
2021 no RN representou 40% da produção nacional.
O número supera os registrados isoladamente por 12
países, como Reino Unido, com 328 Megawatts (MW), Turquia (1,4 GW), Holanda
(952 MW), França (1,2 GW), Rússia (1,13 GW), Dinamarca (149 MW), Espanha (750 MW),
Noruega (672 MW), Finlândia (671 MW), Polônia (660 MW), Ucrânia (359 MW) e
Grécia (338 MW).
O estado, aponta a análise do ISI-ER, é ultrapassado
apenas por Suécia (2,1 GW) e Alemanha (1,9 GW).
“O Rio Grande do Norte vem sobressaindo a nível
nacional, e inclusive mundial, na produção de energias limpas e traz na sua
matriz energética, entre solar e eólica, grandes possibilidades de ser o maior
produtor do mundo de energias", avaliou o presidente do Sistema FIERN
(Federação das Indústrias do RN), Amaro Sales.
"Isso nos coloca numa posição totalmente
diferenciada, inclusive neste momento em que os olhos se voltam para o
potencial de produção do hidrogênio verde”.
Para ele, a expectativa é de que “essa grande
quantidade de energia possa contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do
estado e do Brasil, e de que essa produção implique para o povo deixar de
pagar bandeiras amarela e vermelha que encarecem a conta de luz, assim como de
que sirva de incentivo à participação de outras empresas no setor, para captar
essas energias”.
No RN e no Brasil ainda há a expectativa para o
início da operação dos investimentos nas usinas offshore, que funcionam no mar.
Os primeiros projetos estão à espera de licenciamento no Brasil e o Rio
Grande do Norte é apontado como uma das zonas mais promissoras para
investimentos.
“Pesquisas desenvolvidas pelo nosso Instituto SENAI
de Inovação em Energias Renováveis e confirmadas por instituições reconhecidas
no mundo aumentam ainda mais a credibilidade sobre a atratividade do nosso
estado”, acrescenta Sales.
Regiões e produtividade
Os principais crescimentos no RN em 2021, de acordo com a Sedec-RN, foram nas cidades de Serra do Mel e Touros, que receberam oito novas usinas eólicas. O município de São Miguel do Gostoso recebeu quatro novas. Em 2020, Serra do Mel também já havia recebido outras 14 usinas eólicas.
Para a instalação desse tipo de usina, o RN é
visto como em uma posição estratégica, para os especialistas.
“Cada dia mais o Brasil, e, no caso de eólica, em
especial o Nordeste brasileiro, se caracteriza como um dos principais
polos para produção de energia limpa”, garante Rodrigo Mello, diretor do
Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis e do Centro de Tecnologias
do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER).
A Europa é a segunda maior produtora global da
chamada “energia dos ventos”, atrás apenas da Ásia. Para os especialistas, a
capacidade para produtividade dos parques eólicos colocam o Nordeste como área
de grande vantagem para essa produção, segundo explica o coordenador de
Pesquisa e Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros.
“O Nordeste brasileiro possui uma das melhores
características de vento do mundo para se implantar parques eólicos, com ventos
constantes e fator de capacidade acima da média mundial”, pontuou.
Em números, enquanto o fator de capacidade médio
alcançado no onshore, na Europa, é estimado em 23%, dados da Associação
Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) mostram praticamente o dobro no
Brasil, com registros de até 60% na safra dos ventos, período que vai de
junho a outubro.
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