terça-feira, 15 de março de 2022

Protesto cobra investigação de morte de jovem após ser levado em viatura da PM em Natal

 


Familiares, amigos e colegas de trabalho do jovem Ray Evangelista do Nascimento Otávio, de 26 anos, realizaram um protesto na tarde desta segunda-feira (14), na Vila de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. Usando roupas brancas e exibindo cartazes, eles pediam paz na comunidade. O pai, a mãe e a irmã de Ray também cobram, um mês depois do crime, respostas sobre a morte do rapaz, que foi levado por policiais militares após uma ocorrência e teve o óbito confirmado com sinais de espancamento.

O protesto passou pela Rua Rio Grande do Norte, local em que Ray foi visto pela última vez, no dia 14 de fevereiro. A família conta que, naquele dia, Ray teve um surto psicótico após consumo de drogas, pulando muros de casas e assustando moradores, que chamaram a polícia.

Ele foi levado por uma viatura da PM para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cidade Satélite e o corpo apresentou sinais de espancamento. De acordo com a família e amigos, Ray entrou na viatura sem qualquer marca de agressão.

O jovem morreu no dia 15 de fevereiro, na própria UPA. Na oportunidade, o laudo inicial do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) entendeu a causa da morte como "agressão física".

A manifestação desta segunda-feira também contou a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa). Maria Leuça, representante do movimento, lembrou o perfil da vítima: jovem, negro e morador da periferia.

Em nota, a Polícia Civil informou que "as circunstâncias da morte de Ray Evangelista do Nascimento Otávio estão sendo apuradas em Inquérito Policial instaurado na 15ª Delegacia Distrital de Natal. A investigação tramita sob sigilo, porém a instituição trabalha para esclarecer o fato e identificar o(s) envolvido(s)".

O caso

Na época do crime, na guia de encaminhamento de cadáver, o médico da UPA de Cidade Satélite citou que Ray deu entrada com "Glasgow 3", que é uma escala utilizada por profissionais de saúde para classificar o coma - o nível 3 é o mínimo numa escala que vai até o 15, e significa que a pessoa não abre os olhos, nem fala, nem se mexe ou reage a estímulos.

O médico da UPA ainda escreveu no documento o "provável uso de cocaína no dia do ocorrido, evoluindo com quadro psicótico" e que "há relatos de agressões por populares".

A causa da morte no mesmo documento aponta: politraumatismo, rebaixamento do nível de consciência, hemorragia digestiva alta e choque hipovolêmico.

 

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