Os profissionais terceirizados que prestam serviço nos
hospitais do Rio Grande do Norte, pela empresa JMT estão em greve desde a
segunda-feira (11), reivindicando o pagamento dos seus salários atrasados.
Muitos desses trabalhadores desempenham suas funções no setor de nutrição dos
hospitais do RN e são responsáveis pelo preparo da comida para os pacientes,
acompanhantes e servidores que estão na unidade. Com a greve, que é
extremamente legítima pela situação caótica desses profissionais que estão pelo
segundo mês consecutivo lutando para receberem seus salários em dia, a
alimentação dos servidores que dão plantão de 12h é diretamente afetada.
De acordo com um informe que circula nas redes sociais
nesta quarta-feira (13), os servidores e acompanhantes do Walfredo Gurgel
seguem com a alimentação suspensa (exceto ceia dos funcionários). Ainda de
acordo com a nota, “os esforços serão mantidos para que os pacientes tenham
suas refeições preservadas. A cada dia a situação fica mais difícil de
administrar. Hoje, dia 13/10/2021 estamos com 38% dos funcionários da JMT.
Esperamos que brevemente a situação seja resolvida e estamos aguardando um
posicionamento da SESAP.”, finaliza a nota. A situação também persiste em
outros hospitais como o Deoclécio Marques, que suspendeu o almoço e o jantar
dos trabalhadores, e serve de espelho para o que também ocorre no Santa
Catarina, Giselda Trigueiro, João Machado e até mesmo no Tarcísio Maia, em
Mossoró.
A suspensão da alimentação dos servidores devido a
falta de fornecedor é um problema antigo e que atinge todos os hospitais do RN.
Nós, do Sindsaúde/RN, já denunciamos diversas vezes essa situação, e enquanto
as providências não são tomadas pela empresa terceirizada e pelo Governo, uma
das “soluções” que os servidores encontraram e que, inclusive noticiamos por
aqui, foi a articulação entre si dos profissionais que dão plantão na unidade
para trabalhar apenas um turno e garantir pelo menos uma refeição em casa. No
entanto, existem relatos de que a direção dos hospitais costumam cobrar
posteriormente essas horas que os profissionais estão ausentes pela falta de
comida. Um verdadeiro absurdo!
O que as gestões esperam dos funcionários, então? Que
eles aceitem assumir um plantão de 12h sem direito a se alimentar? Ou que tirem
uma parte do seu salário, já tão defasado, para prover sua própria alimentação
que é de obrigação do Hospital? Isso é desumano! Reiteramos, inclusive, que os
servidores podem seguir realizando esse esquema de dividir os turnos, a
alimentação é um direito garantido por lei, e os servidores não devem ser
cobrados pelo descaso do Governo com a saúde do RN.
Exigimos que o Governo de Fátima Bezerra (PT) e a
SESAP pague os profissionais da JMT e providencie, o quanto antes, a
alimentação dos servidores e tome medidas definitivas para resolver TODAS essas
situações. Uma das alternativas para solucionar essa questão, defendida há anos
pelo Sindsaúde/RN, é o fornecimento de um vale alimentação para os servidores.
Estamos cansados das mesmas desculpas todos os meses, os trabalhadores da saúde
já não aguentam mais!
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