Uma tecnologia desenvolvida na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN) permite transformar um material para que ele passe a
repelir a água.
O equipamento acaba de receber o reconhecimento do
Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI), com a concessão do
patenteamento do dispositivo e do processo chamado de hidrofobização de
materiais.
O truque para afugentar a água está também no método
aplicado pelos pesquisadores. Dentro do equipamento e por meio do uso de
agentes hidrofobizantes no estado de vapor, há a produção de materiais
hidrorrepelentes, caracterizados por uma fina película “filme” do agente
hidrofobizante na superfície deles.
O dispositivo, chamado de "célula de
hidrofobização", opera com temperaturas que variam entre 20 °C e 1000 °C e
atinge níveis que podem chegar a quatro vezes a pressão atmosférica.
Segundo Ana Clea Marinho Miranda Catunda, autora da
tese que resultou na concessão da patente, essas condições do dispositivo
permitem minimizar as perdas dos agentes hidrofobizantes durante o processo de
produção.
“Os materiais hidrofobizados por essa tecnologia que
patenteamos são mais eficientes e melhoram a sua capacidade de absorver,
adsorver e sorver líquidos e vapores de compostos orgânicos poluidores
presentes nas águas, solos e ar", explicou.
"Dessa forma, contribuem para o
desenvolvimento das tecnologias mais limpas para tratamento desses sistemas
contaminados por compostos orgânicos, com consequente redução dos impactos
ambientais”.
Segundo o grupo de inventores, o dispositivo e o
processo estão prontos para aplicação em experimentos nos laboratórios.
De acordo com o pesquisador Carlos Henrique Catunda
Pinto, o sistema é "novo na produção de materiais hidrofóbicos e tem como
principal vantagem minimizar as perdas dos agentes hidrofobizantes por
evaporação que ocorrem em sistemas abertos desenvolvidos e patenteados
atualmente”.
O diretor da Agência de Inovação da UFRN (AGIR),
Daniel de Lima Pontes, o patenteamento indica o reconhecimento da capacidade
inventiva de um grupo de pesquisadores ou de laboratórios no desenvolvimento de
tecnologias.
“A patente é o título de propriedade de um dado
invento assim como a escritura, que reconhece a propriedade de um bem tangível,
como um imóvel. Ela garante que apenas o titular ou terceiros com a sua
permissão possam explorar economicamente o invento. Dessa forma, através do
sistema de patentes é possível obter recursos financeiros para novamente
investir no desenvolvimento de novas tecnologias ou incrementos”, explicou.
Além de Carlos Henrique e Ana Clea, fazem parte do
grupo de inventores Dulce Maria de Araújo Melo, Marcus Antônio de Freitas Melo
e Renata Martins Braga.
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