O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma nova
denúncia contra oito integrantes de um esquema de contrabando de cigarros no
interior do Rio Grande do Norte, desbaratado pela Operação Smoke Route. A nova
ação penal do MPF requer a condenação do grupo por lavagem de dinheiro, uma vez
que, para ocultar a origem criminosa dos recursos, eles movimentaram R$ 245
milhões (entre 2018 e 2020) fazendo uso de 88 contas bancárias, muitas das
quais em nome de “laranjas” e de empresas “de fachada” ou fictícias.
Os denunciados também fracionavam os valores a serem
depositados ou transferidos das contas – tentando fugir da atenção dos órgãos
de fiscalização – e adquiriram imóveis e bens em nome de terceiros. Eles já
foram condenados em primeira instância (na Ação Penal
0800194-95.2020.4.05.8404) por crimes como contrabando de cigarros e
organização criminosa.
Máfia
A Operação Smoke Route investigou um esquema de
comércio de cigarros estrangeiros de importação proibida pela lei brasileira.
Uma diligência realizada na zona rural de Umarizal (RN), em 11 de junho de
2020, com o objetivo de localizar uma suposta carga de cigarros
contrabandeados, terminou por apreender 68.100 pacotes de marcas originárias do
Paraguai, Coreia do Sul, Singapura e Alemanha, que estavam em situação
irregular perante a Anvisa e a Receita Federal.
Os produtos foram avaliados em R$ 3,4 milhões e foram
apreendidos também documentos e dois veículos. O chefe da organização
criminosa, cujo funcionamento se assemelhava à de uma “verdadeira máfia
familiar”, ainda se encontra foragido, porém outros dois líderes continuam
presos preventivamente. A nova Ação Penal irá tramitar na Justiça Federal, em
Pau dos Ferros.
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