Da Agência Brasil
O Amazonia 1, primeiro satélite de observação da Terra
totalmente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, foi lançado à
1h54 de hoje na Índia. O satélite foi colocado em órbita pela missão PSLV-C51,
da agência espacial indiana Indian Space Research Organisation (ISRO).
Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões
elétricas, o satélite integra a Missão Amazonia 1, que tem por objetivo
fornecer dados de sensoriamento remoto para observar e monitorar o
desmatamento, especialmente na região amazônica, além de monitorar a
agricultura no país.
O Amazonia 1 foi desenvolvido pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial Brasileira
(AEB) - órgãos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Missão Amazonia e Plataforma Multimissão
A Missão Amazonia pretende lançar, em data a ser
definida, mais dois satélites de sensoriamento remoto: o Amazonia 1B e o
Amazonia 2. "Os satélites da série Amazonia serão formados por dois
módulos independentes: um módulo de serviço - que é a Plataforma Multimissão
(PMM) - e um módulo de carga útil, que abriga câmeras e equipamentos de
gravação e transmissão de dados de imagens", detalha o Inpe.
Além de ajudar no monitoramento do meio ambiente, a
missão ajudará na validação da Plataforma Multimissão como base modular para
diversos tipos de satélites. Essa plataforma representa, segundo o Inpe,
"um conceito moderno de arquitetura de satélites, que tem o propósito de
reunir em uma única plataforma todos os equipamentos que desempenham funções
necessárias à sobrevivência de um satélite, independentemente do tipo de
órbita."
Entre as funções executadas pela plataforma estão as
de geração de energia, controle térmico, gerenciamento de dados e
telecomunicação de serviço - o que possibilitará a adaptação a diferentes
cargas úteis, além de reduzir custos e prazos no desenvolvimento de novas
missões.
"Essa competência global em engenharia de
sistemas e em gerenciamento de projetos coloca o país em um novo patamar
científico e tecnológico para missões espaciais. A partir do lançamento do
satélite Amazonia 1 e da validação em voo da PMM, o Brasil terá dominado o
ciclo de vida de fabricação de sistemas espaciais para satélites estabilizados
em três eixos", informa o Inpe.
Entre os ganhos tecnológicos que a missão deverá
render ao país, o Inpe destaca, além da validação da PMM, a consolidação do
conhecimento do país no ciclo completo de desenvolvimento de satélites; o
desenvolvimento da indústria nacional dos mecanismos de abertura de painéis
solares, o desenvolvimento da propulsão do subsistema de controle de atitude e
órbita na indústria nacional e a consolidação de conhecimentos na campanha de
lançamento de satélites de maior complexidade.
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