O governo do Rio Grande do Norte chamou
representantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e prefeituras dos
municípios da região metropolitana de Natal para discutirem medidas a
serem adotadas por causa do aumento da ocupação de leitos de UTI para
pacientes com Covid-19. A taxa passou de 80% no estado e se aproxima dos 90% na
Grande Natal.
A governadora Fátima Bezerra (PT) fará parte da reunião
marcada para a tarde desta sexta-feira (19), a partir das 15h, com procuradores
dos Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, e prefeitos dos
municípios que compõem a Região Metropolitana de Natal. O encontro será na sede
do governo do estado.
Ainda de acordo com o governo, o objetivo é
discutir e reforçar as ações do Pacto pela Vida, devido ao aumento de casos da
Covid-19 e a sobrecarga nos hospitais da capital e das cidades
circunvizinhas.
O comitê
científico do estado sugeriu uma série de medidas como a suspensão das aulas
presenciais em escolas particulares por duas semanas, fechamento de
bares e restaurantes a partir das 22h e suspensão da realização de cirurgias
eletivas. O governo ainda não tomou uma decisão sobre as propostas.
Os números mais recentes no Rio Grande do Norte,
mostram uma taxa de ocupação de UTI Geral de 81,7%. De acordo com o
próprio governo, o recomendável é que essa taxa de ocupação seja de, no
máximo, 80% para o manejo adequado desses leitos.
A situação mais grave é na Região Metropolitana,
com 87,5% de ocupação dos leitos críticos. A taxa está acima dos 80% na região
há quase duas semanas. Dez unidades de saúde, entre elas o Hospital de
Campanha de Natal, o Giselda Trigueiro e o Onofre Lopes, não têm mais vagas. No
Hospital João Machado, a taxa de ocupação é de 96%. São 29 leitos, mas apenas 1
estava vago até a noite dessa quinta-feira (18).
Na região do Oeste potiguar, a taxa de ocupação está
em 71,6% e no Seridó ela chega a 82,9%.
Empresários protestam
Embora o estado ainda não tenha divulgado nenhuma
decisão em relação às propostas do comitê científico, empresários
protestaram contra as propostas de suspensão das atividades. Em nota, a associação
de bares e restaurantes, por exemplo, considerou que a maioria dos
estabelecimentos estão seguindo as normas sanitárias. "Não podemos ser
responsabilizados por erros e desrespeito de uma insignificante minoria",
considerou.
A associação que representa escolas privadas no
estado considerou que as instituições tomaram todas as medidas necessárias para
evitar a transmissibilidade e que a suspensão das aulas representaria um
retrocesso para o setor, "que já vislumbrava uma recuperação e passava a
ganhar a confiança das famílias para os filhos retornarem às salas de aula com
os protocolos adotados".
No interior, prefeituras voltam a fechar
serviços
Somente nesta sexta-feira (19) o Diário Oficial dos
Municípios registra três casos de municípios renovaram decretos de combate
à pandemia e outros três que publicaram novas determinações endurecendo regras
no combate à pandemia.
Caiçara do Rio do Vento, Brejinho e Boa Saúde
renovaram decretos que já existiam nos municípios e determinam normas de
distanciamento, uso de máscara e funcionamento de estabelecimentos, com regras
de prevenção à doença.
No caso de Jardim de Angicos, João Câmara e São João
do Sabugi, há novas normas - os dois últimos estipularam multas em caso de
descumprimento de medidas. Jardim de Angicos determinou fechamento de
bares e restaurantes, que só poderão funcionar para entrega.
João
Câmara registrou cinco mortes em quatro dias e a procura pelos
serviços de saúde aumentou de uma média de 20 atendimentos diários para cerca
de 80, nas últimas semanas.
Na capital, após uma reunião do comitê científico do
município na noite desta quinta-feira (18), a
prefeitura decidiu ampliar o atendimento nos serviços de saúde, mas não tomou
nenhuma decisão envolvendo suspensão de aulas ou de funcionamento
de estabelecimentos.
O prefeito Álvaro Dias (PSDB), ainda voltou a
recomendar uso de remédios sem comprovação científica de eficácia contra a
Covid-19.
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