Agência Brasil
O primeiro lote com cerca de 90 litros do Ingrediente
Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção da vacina Oxford-AstraZeneca contra a
covid-19 já está no Rio de Janeiro. O material chegou às 18h17 ao terminal
de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim-RIOGaleão, na zona norte da
cidade.
O voo saiu de Xangai, na China, e fez escala em
Luxemburgo. Do aeroporto do Rio, o IFA foi levado, em um caminhão
frigorífico, para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também na zona
norte. O caminhão chegou à Fiocruz às 20h02, sob proteção da
Polícia Federal. Já estavam lá para receber a remessa os ministros da Saúde,
Eduardo Pazuello, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e a presidente
da Fiocruz, Nísia Trindade.
Segundo a Fiocruz, o lote do IFA, armazenado a 55ºC
negativos, é suficiente para a produção de 2,8 milhões de doses. Além disso,
até o fim deste mês a Fiocruz receberá mais dois lotes para fabricar, ao todo,
15 milhões de doses.
Em princípio, haveria duas remessas do ingrediente
para o Brasil neste mês, o que foi alterado para três lotes. A fundação
informou que a divisão da remessa inicial em três lotes foi para otimizar o
início da produção industrial, garantindo a fabricação dos lotes
necessários à validação do processo produtivo. As chegadas dos próximos lotes,
ainda neste mês, estão previstas para os dias 23 e 28.
Com a chegada do IFA, a previsão da Fiocruz é
entregar, em março,15 milhões de doses da vacina ao Programa Nacional de
Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A primeira entrega, com 1 milhão de
doses, deverá ocorrer na semana de 15 a 19 de março. De acordo com a Fiocruz,
mesmo que ocorram ajustes no início do cronograma, a produção será redefinida
ao longo dos primeiros meses para que seja mantida a meta de 100,4 milhões de
doses até julho deste ano.
O cronograma prevê que o envase em fevereiro e no
início de março contará com uma linha em operação, com capacidade para 700 mil
doses por dia. No final de março, entrará em operação a segunda linha, que vai
possibilitar o envase de até 1,3 milhão de doses diárias.
Pelos cálculos da Fiocruz, com essa produção, as
entregas em abril vão atingir, aproximadamente, 27 milhões de doses. Além da
produção a partir do IFA, a Fiocruz mantém a estratégia paralela para
importação de mais vacinas prontas, principalmente durante os primeiros
meses de fabricação.
Até junho, a Fiocruz vai receber 14 lotes de insumo
para a produção de 100,4 milhões de doses. Já com a liberação de exportação
pelas autoridades chinesas dessa primeira remessa de IFA, os próximos embarques
têm os trâmites alfandegários garantidos.
O próximo passo é a incorporação tecnológica para a
produção nacional do IFA na planta industrial do Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) a partir de abril. “A previsão é de
que a validação dos processos do IFA nacional esteja concluída em julho, para
que então seja solicitada a inclusão do novo local de fabricação do insumo no
registro da vacina. Com isso, a partir de agosto, a Fiocruz já começará a
entregar vacinas 100% produzidas em Bio-Manguinhos/Fiocruz”, afirmou a
fundação.
Etapas
Com a chegada hoje do primeiro lote do IFA, começará
na quarta-feira (10) o descongelamento do ingrediente, o que vai permitir a
formulação do lote de pré-validação dois dias depois, para garantir que o
processo esteja totalmente adequado à produção da vacina. Os segredos
industriais que garantem a formulação correta já foram compartilhados com a
Fiocruz. Entre os dias 13 e 17 será a fase de envase, recravação, revisão,
rotulagem, embalagem e controle de qualidade do produto. No dia 18 está
prevista a liberação interna do primeiro lote para a aprovação da Anvisa.
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