O GLOBO
A primeira versão do plano de imunização contra a
Covid-19 do Ministério da Saúde deverá ficar pronta após uma reunião na próxima
segunda-feira do grupo técnico encarregado de elaborar a estratégia. A
estimativa é fazer a distribuição das vacinas de forma simultânea em todo o
país, mas há possibilidade de que áreas que estejam sofrendo um surto da doença
possam ser priorizadas.
A versão consolidada do plano deverá ser concluída
antes do fim da fase de testes clínicos das principais vacinas contra a doença
em desenvolvimento no Brasil e no mundo. Por isso mesmo, poderá passar por
ajustes depois.
Em princípio, a ideia é seguir o plano logístico já
utilizado no Plano Nacional de Imunizações (PNI) referente a todas as campanhas
de vacinação promovidas pelo governo federal. Em tese, as vacinas deverão ser
distribuídas preferencialmente por via terrestre, mas locais isolados serão
atendidos por barcos ou aviões.
Além disso, o plano do governo prevê, como já havia
sido divulgado, que a distribuição da vacina priorize pessoas dos grupos de
risco e profissionais de saúde. O plano de vacinação está sendo confeccionado
por dez grupos técnicos, que incluem tanto funcionários do Ministério da Saúde
quanto técnicos ligados ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e
ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
— Não sabemos qual será a primeira vacina aprovada,
temos que trabalhar com diversos cenários. Não é que o plano atrasou, ele está
no tempo de construção e vem sendo feito há alguns meses. Trabalhamos com o
cenário de que cada ente vai ter o seu papel fundamental, mas a gente defende
que a coordenação desse processo tem que ser no nível central — afirma Willames
Freire, presidente do Conasems.
As principais vacinas em estágio de desenvolvimento
avançado no Brasil são a da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca
em parceria com a Fiocruz, e a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan
em parceria com a fabricante chinesa Sinovac. Ambas são armazenadas a uma
temperatura entre 2° e 8°C, também indicada para a Sputinik V, da Rússia. Já a
vacina do laboratório Moderna precisa ser guardada a -20°C, e a da Pfizer, a
-70°C, o que encarece o armazenamento e a distribuição.
Fontes ouvidas pelo GLOBO confirmaram que o plano
elaborado pelo governo trabalha com diversos cenários. Isso ocorre porque a
estratégia logística dependerá de características como a necessidade de
refrigeração e a quantidade de doses necessárias para a imunização.

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