O Governo do Rio Grande do Norte anunciou na noite
desta quinta-feira (19) que vai criar uma força-tarefa para auxiliar o
município de Tibau do Sul na fiscalização das áreas interditadas
temporariamente nas falésias de Pipa.
Na terça-feira (17), uma parte da falésia desabou
e matou um casal, o filho de sete meses e o cachorro deles.
O Poder Executivo também garantiu instalar a estrutura
para o isolamento da orla, no trecho do Centro de Pipa até à Praia do
Madeiro, no intuito de proteger banhistas e comerciantes.
As decisões foram comunicadas na noite desta
quinta-feira (19) após reunião da governadora Fátima Bezerra com representantes
do Ministério Público Federal e da Defesa Civil estadual e nacional.
Farão parte da equipe que auxiliará na fiscalização da
área agentes da força de segurança e de órgãos ambientais.
"O MPF sai daqui com o compromisso da governadora
de dar o apoio logístico necessário para as medidas preventivas de isolamento,
que são necessárias agora, enquanto os estudos estão sendo finalizados para a
classificação dos riscos e identificação e sinalização das medidas
necessárias", disse o procurador da República Victor Mariz.
Uma nova reunião foi marcada para esta sexta-feira
(20) entre representantes do Governo do RN e da Prefeitura de Tibau do Sul para
definição de como funcionará a força-tarefa.
Nesta tarde, equipe da Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil esteve no trecho da falésia que
desabou ao lado de equipes da Defesa Civil do RN e do Idema para vistoria do
local.
Segundo o órgão nacional, a medida atual de interdição
é a melhor alternativa a curto prazo. Outras atuações serão pensadas após
estudo das áreas. O trecho foi interditado um dia após o acidente pela
Prefeitura de Tibau do Sul.
"A ação de curto prazo é essa que já está sendo
feita pelo município, que é a ação de isolamento. Porque as outras ações
carecem de estudo e de projeto. Então, tudo isso tem que ser feito com muita
calma e muita tranquilidade pra que se tenha a eficiência desejada", disse
o geólogo Érico Borges, da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.
Estudos vão pautar medidas futuras
A equipe coletou amostras das falésias para análises
que podem ser usadas para decisões futuras no trecho. O geólogo explicou que
qualquer medida de proteção a médio ou longo prazo na região depende de um
estudo mais aprofundado.
"Tudo isso carece de estudo. Nós temos uma coleta
de dados e já existe um trabalho sendo feito pelo município, que é anterior ao
evento que ocorreu, justamente para propor uma norma de conduta para proteger o
turista e o morador local", disse ele em referência ao mapeamento das áreas
de risco feito por uma equipe técnica da prefeitura.
Segundo o geólogo, as interdições temporárias feitas
pela Prefeitura de Tibau do Sul por recomendação da Defesa Civil do RN garantem
a segurança neste momento.
"No que diz respeito à preservação de
vidas, acho que essa questão já foi equacionada pelo isolamento".
O técnico explica que a decisão final sobre o que deve
ser feito na região não vai depender apenas da Defesa Civil. Ele diz que os
relatórios técnicos devem basear as decisões, mas que elas vão se dar em uma
análise conjunta de outros órgãos.
"O Idema tem que se posicionar sobre qualquer
tipo de interferência que vá ser feita em área de falésia. O Ministério Público
tem que se posicionar também sobre ações que são pertinentes ou não. Outros
órgãos têm que se posicionar e isso carece de demandas, reuniões", disse.
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