CNN Brasil
Enquanto a esperança em dias melhores parece ser o
único refúgio que restou para a humanidade em um ano marcado por uma pandemia
de alcance global, que matou 1,4 milhão de pessoas, o cientista russo Peter
Turchin indica que ainda é possível piorar. Segundo ele, os próximos dez anos
serão ainda mais aflitivos do que 2020.
“Temos praticamente garantidos mais cinco ou dez anos
infernais”, afirmou Turchin à revista americana The Atlantic. Biólogo de
formação, o russo usa modelos matemáticos para prever tendências sociais.
A previsão poderia ser mais uma dentre que se repetem
todos os anos, não fosse por um detalhe: em 2010, previu uma “era da discórdia”
e um período perturbação social que ganharia força por volta do ano de 2020.
Agora, em meio à pandemia de Covid-19, cenário
econômico enfraquecido e a força da democracia sendo colocada à prova, até os
analistas mais céticos começam a olhar com mais atenção para as falas do
cientista russo.
O raciocínio que levou Peter Turchin a fazer a
previsão no estudo publicado pela revista Nature, em 2010, e o prognóstico para
os próximos dez anos é o mesmo.
Desde que deixou a biologia, ele passou a analisar
dados históricos e arqueológicos dos últimos 10.000 anos e percebeu padrões de
comportamentos e acontecimentos que se repetem de tempos em tempos. Dentre eles
está a oscilação entre violência e paz provocada pela movimentação social que,
conjugada com três pilares, o levaram à previsão sombria para os próximos 10
anos.
Em sua entrevista à The Atlantic, Turchin explicou que
o cenário sombrio para a próxima década se baseia em três pontos fundamentais.
Primeiro ele explica que a camada da elite na
sociedade está se expandindo rapidamente, sem que sejam criadas posições para
esses novos membros. Essa situação gera uma disputa no topo da pirâmide social
que culmina em uma divisão entre elite e contra-elite.
Somam-se a este quadro uma classe trabalhadora com
qualidade de vida em declínio e um Estado enfraquecido, insolvente e que já não
consegue mais solucionar os problemas de suas sociedades.

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