A 1ª Vara Criminal de Parnamirim condenou nesta
quinta-feira (1), em júri popular, Vanúsia Vicente e Ivanildo Félix dos
Santos a 29 anos e dois meses de prisão em regime fechado pela
morte do advogado Rubens de Azevedo Maia, de 67 anos, em julho de 2018.
Vanúsia era mulher da vítima na época do crime.
Na decisão, o juiz Marcos José Sampaio de Freitas
Júnior cita que o júri não absolveu os réus e os qualificou ainda por
motivo torpe e emboscada, além do agravante da vítima ter mais de 60 anos, o
que elevou a pena.
A decisão aponta que ação do crime por parte de
Vanúsia Vicente e de Ivanildo Félix se mostrou "altamente premeditada".
Os autos analisados, segundo a decisão judicial, indicam que eles tiveram uma
"postura fortemente dissimulada em relação ao evento criminoso, o que
aponta para personalidade acentuadamente antissocial".
O juiz aponta ainda na decisão que o crime foi
planejado pelos réus em função de um envolvimento amoroso entre eles - um
deles a então mulher do advogado morto. "Observa-se que o delito se
desenvolveu em contexto de traição conjugal contra a vítima pelos réus, o que
intensifica a reprovabilidade das condutas".
O envolvimento de menores de 18 anos no crime, além da
emboscada agravaram a pena. "Além disso, o crime envolveu pistoleiros com
menos de 18 anos, caracterizando crime de corrupção de menores, bem como foi
precedido de sequestro da vítima, delitos menos graves absorvidos pelo mais
grave e que configuram circunstâncias objetivas, que se estendem a todos os
envolvidos".
O crime
O advogado Rubens de Azevedo Maia, de 67 anos, foi
encontrado morto no dia 22 de julho de 2018 em uma estrada de terra na
localidade de Cajupiranga, em Parnamirim, com marcas de tiros na cabeça. O
carro dele estava a cerca de 800 metros do local.
Na época, Vanúsia, a mulher dele, contou à polícia que
ela e o marido chegavam em casa, no bairro Liberdade, em Parnamirim, em uma
caminhonete Hilux, quando foram abordados por dois criminosos armados, que
ordenaram que ela descesse do veículo e levaram o automóvel com o advogado
dentro.
Três dias após o crime, a
Polícia Civil prendeu Vanúsia por envolvimento no crime e Ivanildo como sendo o
executor do assassinato. Na época, o delegado Carlos Brandão, titular
da 2ª DP de Parnamirim, já apontava que os dois suspeitos seriam amantes e
planejaram a morte do advogado para se apossarem dos bens da vítima.
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