Em um mês, o número de infectados pelo novo
coronavírus aumentou mais de seis vezes no Rio Grande do Norte - passando de
825 casos registrados para 5.472. O crescimento é de 563%. Os dados são dos
boletins epidemiológicos divulgados no dia 26 de abril e este 26 de maio.
Neste mesmo período, o estado registrou um aumento, em
cinco vezes, do número de mortes - passando de 44 registradas no dia 26 de
abril para 220 nesta terça-feira (26).
Já o número de pacientes recuperados
aumentou de 289 para 1.410 - um aumento de quase cinco vezes (387%).
De acordo com o professor José Dias do Nascimento, do
Departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e
que faz parte do grupo de pesquisadores que assessora o governo do estado
durante a pandemia, o índice de transmissibilidade do coronavírus no RN está
atualmente entre 1,9 e 2,1 - ou seja - cada pessoa com Covid-19 infecta outras
duas, o que faz os números dobrarem em pouco tempo. O índice é revisado a cada
10 dias.
Com o aumento da transmissibilidade, há mais pessoas
precisando de leitos clínicos e de UTI, o que causa superlotação e pode
provocar um colapso no sistema de saúde.
"É necessário que se intensifique o isolamento
para que esse índice baixe para o mais próximo de 1, que é o o que já vem
acontecendo no Ceará. A partir daí podemos falar em uma reabertura",
considera ele.
O primeiro caso confirmado do novo coronavírus no Rio
Grande do Norte foi registrado em 12 de março. No fim do primeiro mês, em 12 de
abril, o estado tinha 15 mortes por coronavírus e 304 pacientes testados
positivos para a Covid-19.
No segundo mês da presença da doença no estado, em 12
de maio, cerca de duas semanas atrás, o estado tinha 2.033 pacientes testados
positivos, ou seja, menos da metade do registrado nesta terça-feira (26).
Para o professor, a tendência é que o crescimento de
casos continue a crescer, mas é necessário reduzir principalmente a
transmissibilidade, para que haja um controle da demanda por atendimento e seja
possível uma reabertura da atividade econômica.
Por isso, ele considera que o estado deveria
intensificar o isolamento nos próximos dias, durante a vigência do decreto que
mantém restrições até 4 de junho.
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