A comissão de Finanças e Fiscalização da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte discutiu, na tarde desta quarta-feira (27),
gastos realizados pelo Governo do Estado com relação ao enfrentamento à
pandemia do novo coronavírus e também possíveis mudanças no estatuto da Agência
de Fomento do Estado (AGN).
Os parlamentares cobram informações e a comissão
vai encaminhar ofício ao Executivo solicitando dados, além de convidar
representante da AGN para tratar sobre as mudanças no órgão.
Durante o encontro, os parlamentares relataram
diversas matérias que tramitam na casa e levantaram questionamentos sobre
gastos do Executivo. O presidente da comissão, deputado Kelps Lima
(Solidariedade), abordou as dúvidas sobre os gastos do Rio Grande do Norte com
o Consórcio Nordeste durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Segundo o parlamentar, o pagamento antecipado de R$ 5 milhões por respiradores
por parte do Executivo potiguar e a informação de que os equipamentos não serão
encaminhados causou surpresa e, para ele, é preciso que mais detalhes sobre a
atuação do estado no Consórcio sejam repassados aos parlamentares.
“A notícia que temos é de R$ 5 milhões ainda perdidos,
mas sugiro à comissão que façamos um ofício à governadora Fátima Bezerra, já
que os auxiliares não respondem os nossos ofícios, para que o Governo responda
formalmente sobre os detalhes dessa compra e quanto foi gasto, até o momento,
com o consórcio. Queremos saber os valores e os benefícios que ele trouxe, que
até agora não vimos”, disse o deputado, que recebeu o aval dos deputados Ubaldo
Fernandes (PL), José Dias (PSDB), Tomba Farias (PSDB) e Getúlio Rêgo (DEM) para
o encaminhamento do ofício.
Além desse questionamento, os membros da comissão
também decidiram fazer questionamento formal à AGN sobre mudanças no estatuto
do órgão. Segundo Tomba Farias, foram criados cargos, como o de diretor de
Planejamento e Controle, com altos salários, e ocorreu a ampliação dos mandatos
dos gestores de 2 anos para 3 anos.
“Há relatos de salários superior até a R$ 20 mil, o
que eu ainda não tenho a confirmação, mas esse tipo de mudança não pode ocorrer
dessa maneira, ainda mais nesse período”, criticou Tomba Farias.
O deputado José Dias se somou ao pleito do companheiro
de partido e disse que os deputados devem, caso não consigam sustar essas
mudanças através do diálogo, buscar a reversão até mesmo na Justiça.
“Qualquer movimento para agasalhar apaniguados é
bárbaro, ainda mais nesse momento. É um desatino. Temos que denunciar e, caso
chegue ao extremo, entrarmos com ação na Justiça”, disse José Dias.
O deputado Kelps Lima concordou com o posicionamento e
ainda usou como exemplo um pleito que fez à AGN e não foi atendido, para a
criação de uma linha de financiamento aos profissionais dos transportes
escolares, que estão sem recursos devido à suspensão das aulas. Segundo ele, o
pedido sequer foi respondido.
“Eu até pensei que era porque a prioridade no momento
não poderia ser essa, que é uma atividade municipal, poderia haver falta de
recursos, mas não é o que parece, principalmente porque a AGN está criando
cargos. Acho que poderemos deliberar para convidar a presidente da AGN ou um
representante legal para que venha esclarecer isso”, sugeriu o deputado e teve
a alternativa acatada pelos demais membros da comissão.
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