O Globo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste
sábado que um “passaporte da imunidade” para pessoas curadas após desenvolverem
a Covid-19 pode ser uma possibilidade para que o Brasil possa conseguir,
futuramente, tirar profissionais do isolamento em meio à crise causada pelo
avanço do novo coronavírus. A ideia ganhou o apoio de João Gabbardo,
secretário-executivo e número dois do Ministério da Saúde.
Em transmissão ao vivo com empresários, Guedes afirmou
que conversou com “um amigo da Inglaterra” sobre a ideia na manhã deste sábado
e disse que enviou informações sobre ela para o ministro Luiz Henrique
Mandetta, da Saúde.
— Hoje de manhã, conversávamos com um amigo da
Inglaterra que criou o passaporte da imunidade. Ele faz 40 milhões de teste e
coloca disponível para nós brasileiros, 40 milhões de testes por mês. Já mandei
para o ministro Mandetta, para o chefe da Casa Civil, ministro Braga Netto e
para o presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, se você fez o teste e deu positivo,
você pode circular. Você fez o teste e deu negativo, você tem que ir para casa.
Não é agora. Agora nós estamos em isolamento. Nós estamos planejando uma saída,
lá na frente e termos esse teste em massa. As pessoas vão sendo testadas, pode
ser semanalmente e quem estiver livre, continua trabalhando.
Questionado sobre a possibilidade levantada por Guedes
durante coletiva de imprensa promovida pela Saúde, Gabbardo dsse que
desconhecia a expressão “passaporte da imunidade”, mas declarou que a pasta é
favorável a eventuais medidas neste sentido.
— Isso faz parte do plano do Ministério da Saúde e nós
somos totalmente favoráveis a isso — afirmou Gabbardo, justificando: — Nós
queremos que o profissional de saúde, se ele estiver com sintomas e ficar
isolado, ele pode sair do isolamento um pouco mais cedo se a gente tiver a
confirmação de que ele está imunologicamente com segurança para sair de casa e
voltar para o trabalho. Vamos ter uma parte da nossa população que já terá
passado da transmissão e poderá ter contato com a sociedade. Isso é muito
importante.
Gabbardo, que subsituiu Mandetta neste sábado, fez
referência principalmente a profissionais de saúde ao falar sobre o “aval” para
circular após a garantia imunológica. O secretário-executivo também mencionou
que as pessoas já imunizadas após terem sido acometidas pela Covid-19 poderiam
ter contato com grupos de risco, sem a ameaça de acabarem transmitindo o vírus.
— Ela pode ter contato com o idoso, com a criança,
pode ir à escola, pode ir ao trabalho. Porque ela não vai mais ter
possibilidade de transmitir a doença, porque ela já teve e não existe, pelo
menos até o momento, nenhuma comprovação de que alguém possa ter uma
reinfecção. E mesmo que possa ter uma reinfecção, ele já vai ter anticorpos,
uma imunidade que com certeza vai ser positiva para o enfrentamento da doença —
afirmou Gabbardo.
Apesar das projeções para as próximas ações relativas
aos cuidados com a pandemia, Gabbardo e outros responsáveis pela Saúde
reafirmaram, durante a entrevista coletiva, a importância do isolamento para
este momento. A avaliação é de que ao menos cinco unidades da federação (São
Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazona e o Distrito Federal) podem estar em
transição para uma fase de “aceleração descontrolada” do contágio pelo novo
coronavírus.

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