Quem anda pelas ruas das grandes cidades brasileiras
percebe a quebra na rotina provocada pela pandemia do novo coronavírus. Por
causa das políticas de isolamento social, impostas aos que não podem trabalhar
com segurança, todos os dias se parecem com domingos, com comércio fechado e
pouca movimentação de pessoas. Usando a tecnologia de localização de seus
produtos, o Google divulgou um relatório nesta sexta-feira, mostrando em
números a magnitude deste fenômeno em 131 países e regiões, inclusive no Brasil.
Na média, varejo e espaços de entretenimento — que
inclui estabelecimentos como bares e restaurantes, shopping centers, cinemas e
museus — no país tiveram queda de 71% no movimento, enquanto que em parques e
espaços públicos a redução foi de 70%. Mercados e farmácias, que continuam
abertos para abastecer a população, registraram queda de 35%. Nos serviços de
transporte — pontos de ônibus e estações de trens e metrô — a redução foi de
62% e nos locais de trabalho, de 34%. Por outro lado, nos locais de residência
houve aumento de 17%.
No estado de São Paulo, que registra o maior número de
casos da doença no Brasil, o movimento no varejo e em espaços de entretenimento
teve queda de 72%; mercados e farmácias, de 36%; parques e espaços públicos, de
71%; serviços de transporte, 62%; locais de trabalho, 37%; e nas residências,
aumento de 17%.
No Rio, segundo nos estados com mais casos da
Covid-19, a queda no movimento no varejo e espaços de entretenimento foi de
72%; em mercados e farmácias, de 32%; parques e espaços públicos, 74%;
transporte público, 61%; locais de trabalho, 37%; e nas casas, aumento de 17%.
Santa Catarina é o estado que registrou maiores
índices de redução na circulação de pessoas, segundo o relatório do Google. O
varejo e os espaços de entretenimento tiveram queda de 80% no movimento;
mercados e farmácias, de 49%; parques e espaços públicos, de 84%; sistemas de
transporte, de 76%; e locais de trabalho, de 40%.
Dados anonimizados
A companhia enfatiza que as informações são
anonimizadas, o que impede a identificação dos usuários, e pertencentes apenas
a pessoas que optaram ativar o histórico de localização. O projeto é uma
resposta a autoridades internacionais de saúde, que pediram apoio da companhia
para o combate à pandemia.
“Esperamos que os relatórios sejam uma nova ferramenta
para fundamentar decisões de enfrentamento à pandemia de coronavírus. Um
exemplo de possível utilização é ajudar as autoridades a entender mudanças em
trajetos essenciais, que poderão ser transformadas em recomendações sobre
horários de funcionamento ou de serviços de entrega”, afirmou a companhia. “Em
última análise, compreender se as pessoas estão se movimentando e também quais
são os destinos pode auxiliar as autoridades a dar orientações que protejam a
saúde pública e, ao mesmo tempo, atendam às necessidades básicas dos cidadãos”.

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