ESTADÃO CONTEÚDO
O
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL),
afirmou nesta terça-feira, 13, que pretende cortar “no mínimo” 30% dos
cargos políticos nos bancos federais. Em conversa com jornalistas no Superior
Tribunal Militar (STM), ele confirmou reportagem
publicada pelo Estado que sua equipe prepara um “pente-fino” para
mapear indicações partidárias no Banco do Brasil (BB), no Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Banco do Nordeste (BNB) e no
Banco da Amazônia (BASA). “Pretendemos diminuir (o número de cargos) e
colocar gente comprometida com outros valores lá dentro”, afirmou.
Ao ser
quesionato sobre o “cabide” de empregos nos bancos federais e autarquias,
Bolsonaro afirmou que a equipe do economista Paulo Guedes,
escalado para o ministério da Economia, irá “rever” as estruturas das
instituições. “Vamos diminuir isso aí”, ressaltou. O presidente eleito disse
“concordar” que há um “exagero” no número de comissionados e citou ainda o
quadro de funcionários dos ministérios.
Na
entrevista em Brasília, ele voltou a destacar que pretende dar transparência às
operações do BNDES,
uma bandeira de campanha. “No BNDES, o sigilo vai ser zero”, disse.
Bolsonaro
destacou que as mudanças nos bancos estatais e as nomeações de presidentes,
incluindo a do Banco Central,
estão sendo analisadas por Paulo Guedes. Até agora, o futuro ministro da
Economia informou que Joaquim Levy,
ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, comandará
o BNDES. “É da minha índole confiar nas pessoas”, disse Bolsonaro,
referindo-se a Guedes. “Essa é a política econômica do Paulo Guedes. Ele tem
ascendência”, completou. “O Brasil está numa situação crítica e está nas mãos
dele tirar (o País) dessa situação.”
A reportagem
do Estado mostrou que
na Caixa
Econômica os 12 vice-presidentes recebem salário mensal superior a
R$ 50 mil, fora gratificações. Já no Banco
do Brasil os nove vice-presidentes recebem R$ 61,5 mil por mês. Na
instituição, há 1.048 cargos executivos com salários a partir de R$ 24
mil. O banco conta também com 27 diretores (R$ 47,7 mil) e 11 cargos de
gerente-geral (R$ 47,7 mil). As remunerações estão acima do teto do
funcionalismo público de R$ 33,7 mil.
O ministro
da Secretaria de Governo, Carlos
Marun, disse que o governo Michel
Temer entregará a Paulo Guedes a lista de indicados a cargos de “livre
provimento” com datas de nomeações. A meta da equipe do futuro ministro da
Economia é demitir não concursados e trocar funcionários de carreira indicados
especialmente pelo MDB e pelo PT. Na avaliação de Guedes o BB passou por
uma ampliação de sua estrutura de comando.
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