O jornalista William Waack avaliou que a decisão
monocrática de Gilmar Mendes — que restringe ao procurador-geral da República a
prerrogativa de pedir impeachment de ministros do STF — representa um
esvaziamento direto do poder do Senado. Antes, bastava maioria simples para
avançar com um processo; agora, serão necessários dois terços dos senadores, na
prática blindando a Corte de eventuais ofensivas do Legislativo.
Segundo Waack, o movimento é uma resposta ao temor
do STF diante de uma possível vitória da centro-direita nas eleições de 2026, o
que ampliaria a presença de oposicionistas no Congresso. Esse grupo tem como
objetivo declarado derrubar ministros, sobretudo Alexandre de Moraes. O gesto
do Supremo, porém, gera forte reação no Parlamento, que vê na mudança uma
intervenção direta em suas prerrogativas.
O comentarista afirma que o conflito entre os
Poderes atingiu um nível inédito. De um lado, o Supremo enxerga no Congresso
tentativas de capturar o Estado e barrar investigações sob o pretexto de
disputas políticas. De outro, parlamentares — muito além da base bolsonarista —
acusam o STF de agir politicamente, favorecer o Executivo e perseguir críticos
com medidas excepcionais.
Para Waack, a relação entre STF e Congresso entrou
em um ciclo de enfrentamento permanente, sem horizonte de normalização. O
cenário é de instabilidade institucional crescente e disputas de poder cada vez
mais explícitas, o que, segundo ele, pode levar o país a um desfecho marcado
por uma grande crise.
Com informações da CNN

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