A declaração emocionada de uma conselheira tutelar
de João Pessoa, que acompanhou por anos o jovem envolvido na tragédia no
Zoológico da Bica, reacendeu um debate urgente sobre falhas na assistência à
saúde mental de adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade. Segundo
ela, o rapaz tinha uma longa trajetória de abandono e apresentava sinais claros
de que precisava de acompanhamento contínuo.
Em seu relato, a conselheira revelou que o jovem foi encontrado ainda criança,
sozinho em uma rodovia, e entregue à rede de proteção. Desde então, sua vida
seguiu marcada por abandono, traumas e forte instabilidade emocional. Mesmo com
recomendações de especialistas para tratamento psiquiátrico, o suporte
necessário nunca chegou de forma efetiva.
A conselheira afirmou que o jovem buscava ajuda em diferentes momentos, mas
encontrou um sistema despreparado, que priorizou respostas punitivas em vez de
cuidado. Para ela, a morte trágica do rapaz poderia ter sido evitada se
houvesse recebido acompanhamento adequado ao longo dos anos.
O caso ganhou ainda mais repercussão ao expor fragilidades profundas na
assistência social e psiquiátrica destinada a jovens vulneráveis, revelando uma
rede que, segundo ela, falhou em reconhecer e agir diante dos riscos evidentes.
As investigações sobre o episódio continuam e devem apontar responsabilidades
sobre o atendimento prestado ao jovem.
Sertão em Foco

Nenhum comentário:
Postar um comentário