Mesmo após contratar um empréstimo de R$ 12 bilhões
para aliviar o caixa, os Correios já admitem que a injeção de recursos não será
suficiente para reverter a crise financeira. Nesta segunda-feira (29), o
presidente da estatal, Emmanoel Rondon, afirmou que a empresa precisará de pelo
menos mais R$ 8 bilhões em 2026, seja por meio de novos empréstimos ou de
aportes diretos do Tesouro Nacional.
Segundo Rondon, o plano original previa a captação
de R$ 20 bilhões, mas a proposta inicial foi barrada pelo Tesouro devido às
taxas de juros consideradas elevadas. Com isso, a empresa optou por uma
primeira rodada de crédito de R$ 12 bilhões, contratada junto a um consórcio de
bancos públicos e privados, com garantia da União e pagamento previsto até
2040. Mesmo assim, o comando dos Correios reconhece que o modelo econômico da
estatal deixou de ser viável.
Para tentar estancar a sangria, a empresa anunciou
um plano de reestruturação agressivo, que inclui corte de até R$ 2,1 bilhões em
gastos com pessoal, fechamento de mil agências, venda de imóveis e um Programa
de Demissão Voluntária (PDV) que pode reduzir o quadro em cerca de 15 mil
funcionários — quase 18% da força de trabalho. A meta é interromper uma
sequência de 12 trimestres consecutivos de prejuízo e evitar um rombo estimado
em até R$ 23 bilhões em 2026.
Além da redução de custos, os Correios tentam
recuperar receitas após perder espaço no mercado de encomendas e serem
impactados pelo programa Remessa Conforme, que abriu a logística de compras
internacionais para concorrentes privados. A expectativa da direção é só voltar
ao lucro em 2027, enquanto admite que 2026 ainda deve ser marcado por piora no
desempenho financeiro — cenário que mantém a estatal dependente de crédito
público e sob forte pressão política e fiscal.
Com informações do G1

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