A articulação que evitou a cassação do deputado
Glauber Braga (PSOL-RJ) envolveu pressão direta do secretário especial de
Assuntos Parlamentares do governo, André Ceciliano. Segundo mensagens e relatos
obtidos pela coluna da Andreza Matais, do Metrópoles, Ceciliano telefonou para
parlamentares do baixo clero afirmando que o Planalto deve assumir o controle
das comissões em 2026 — e que os R$ 12 bilhões em emendas destinadas pelos
colegiados só seriam liberados para quem “se comportasse”.
Os deputados relataram ter interpretado a fala como
um aviso de que verbas poderiam ser usadas como instrumento de retaliação no
ano eleitoral. A movimentação provocou reação imediata de lideranças da Câmara,
que confrontaram Ceciliano e pediram que o governo não utilizasse emendas como
mecanismo de pressão em uma disputa interna da Casa.
Com o desgaste, Ceciliano voltou a procurar
parlamentares para dizer que agiu como “político” e não em nome do governo,
pedindo que o episódio fosse tratado como um “mal-entendido”. Mesmo assim, o
recado já havia circulado entre os deputados, impactando diretamente o clima da
votação.
A base governista conseguiu reverter o cenário e
evitar a cassação, que era dada como certa até horas antes da sessão. Glauber
acabou punido com suspensão de seis meses por expulsar a chutes o militante do
MBL Gabriel Costenaro, em abril de 2024, após alegar ter sido provocado com
ofensas à memória de sua mãe, Saudade Braga, ex-prefeita de Nova Friburgo.
Com informações do Metrópoles


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