Um detento morto durante um motim na Penitenciária 1
de Potim, no interior de São Paulo, teve a barriga aberta por outros presos que
usaram o sangue dele para pichar uma das paredes do presídio com a expressão
“novo cangaço”. A frase faz referência a ações criminosas de quadrilhas armadas
que atacam cidades do interior. O caso aconteceu na sexta-feira (26).
A vítima, Fagner Falcão de Oliveira Silva, de 36
anos, foi assassinada com golpes de lâmina no pátio da unidade. De acordo
com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o motim ocorreu durante
o banho de sol, quando presos de um pavilhão agrediram outros detentos. A
situação foi controlada pela Célula de Intervenção Rápida.
A Secretaria da Segurança Pública informou que
quatro homens, com idades entre 31 e 40 anos, foram presos em flagrante pelo
homicídio.
Familiares de detentos relataram ao Metrópoles, sob
sigilo, aumento da violência na unidade após a transferência de presos de
facções rivais para o mesmo presídio, sem separação adequada. Eles também
denunciaram dificuldades de comunicação com a direção e falta de itens básicos
para os internos.
Fagner já havia sido associado, em registros
administrativos do sistema penitenciário, a diferentes facções criminosas ao
longo dos anos. Condenado por roubo e tráfico, ele chegou a cumprir pena em
prisão domiciliar, mas perdeu o benefício após descumprimentos e foi
transferido ao regime fechado. Há cerca de quatro meses, foi enviado para a
penitenciária de Potim, onde acabou morto.

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