Os Correios viram suas dívidas judiciais explodirem
nos últimos dois anos: o estoque de precatórios saltou 458%, passando de R$
367,4 milhões em junho de 2023 para R$ 2,05 bilhões neste ano. Diante do
aumento, a nova gestão planeja contratar uma consultoria para fazer uma
“radiografia” de todos os processos contra a empresa, dentro do plano de
reestruturação em curso.
A pressão financeira ocorre em meio à corrida da estatal para levantar R$ 10
bilhões em empréstimos a fim de reequilibrar o caixa, pagar dívidas e conter um
prejuízo acumulado de R$ 4,3 bilhões em 2025. Só no segundo trimestre deste
ano, o rombo chegou a R$ 2,6 bilhões — quase cinco vezes o registrado no mesmo
período de 2024. O avanço dos precatórios também disparou uma cláusula de
pagamento antecipado no contrato com BTG Pactual, Citibank e Banco ABC Brasil,
elevando juros e adicionando uma taxa extra de R$ 40,5 milhões.
Mais de 70% das ações são antigas, de processos entre os anos 1990 e 2020. A
estatal já iniciou a checagem dos valores emitidos, mas agora pretende analisar
caso a caso para medir corretamente o risco financeiro e ajustar provisões
contábeis — ponto considerado essencial para recuperar a credibilidade e atrair
financiamentos.
Em nota, os Correios afirmaram que seguem a legislação dos precatórios e
atribuem o aumento principalmente à atualização monetária e à entrada de novos
processos transitados em julgado. A empresa diz trabalhar para reduzir passivos
futuros e aprimorar práticas administrativas.
Com informações do O Globo

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