A possibilidade de Walter Alves (MDB) recuar da
sucessão estadual a partir de 2026 começou a redesenhar o debate interno do
grupo governista. Hoje vice-governador, ele é o primeiro na linha de sucessão e
assumiria o comando do Estado caso Fátima Bezerra (PT) renunciasse em abril
para disputar o Senado. Mas, diante das preocupações financeiras que ele
próprio levantou sobre a situação do RN, aliados passaram a admitir que a
permanência de Fátima no governo pode virar o “plano A”.
Nos bastidores petistas, a avaliação é de que uma
desistência de Walter enfraqueceria a candidatura de Fátima ao Senado e
desgastaria ainda mais o governo. Nesse cenário, a sigla trabalharia para que
Natália Bonavides assumisse a missão de disputar a vaga no Senado, enquanto
Fátima terminaria o mandato e, em caso de reeleição de Lula, poderia ocupar um
cargo em ministério posteriormente. Além disso, manter a governadora no cargo
evitaria a abertura de espaço para uma eventual eleição suplementar que
favorecesse a oposição.
A mudança também serviria, segundo interlocutores,
como estratégia para fortalecer o PT no pleito proporcional, permitindo atrair
nomes e compor uma bancada mais robusta. A avaliação é de que a governadora no
comando do Estado aumentaria o poder de articulação e tornaria mais atraente a
entrada de novos aliados na federação.
Walter, por sua vez, só deve assumir o governo se
conseguir alterar o quadro financeiro que encontrou em análises recentes, que
apontam um déficit de cerca de R$ 4,7 bilhões. Sem perspectiva de melhora
significativa, ele teme assumir riscos administrativos que possam comprometer
salários e acordos, além de desgastar sua imagem. Ele segue articulado com Ezequiel
Ferreira (PSDB), com quem planeja dividir legenda em 2026, e avalia concorrer à
Assembleia Legislativa caso não veja condições de assumir o Executivo.
Com informações do Diário do RN


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