A liquidação do Banco Master, de Daniel Vorcaro,
pelo Banco Central foi a maior intervenção bancária da história do Brasil e vai
afetar muita gente no mercado brasileiro.
O investidor pessoa física, que comprou massivamente
Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) da instituição ao longo dos últimos
anos, vai se apoiar na garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para
reaver até R$ 250 mil dos valores investidos.
Empresas, fundos de pensão ou outros investidores
que tenham comprado outros tipos de ativos do Master, no entanto, não terão a
mesma sorte.
Reunimos quem são as empresas e fundos que já
informaram ao mercado que foram impactados pela liquidação do Master. Veja:
Oncoclínicas (ONCO3)
Até agora, a Oncoclínicas é a maior impactada pela
liquidação do Master dentre as empresas de capital aberto. O mercado já tinha
ciência de que R$ 478,2 milhões do caixa da companhia estava alocado em CDBs da
instituição e R$ 217 mi estavam provisionados desde outubro – a provisão é uma
reserva de dinheiro para antecipar perdas financeiras prováveis.
Na terça-feira, a companhia divulgou um fato
relevante informando que teve R$ 433 milhões em CDBs vencidos antecipadamente.
O impacto direto no caixa é de R$ 216 milhões, a diferença entre o saldo de R$
433 mi e o provisionamento.
Para amenizar o impacto, a Oncoclínicas disse que
vai “tomar medidas cabíveis”, incluindo a opção de compra sobre as cotas de
dois Fundos de Investimento em Participações (FIPs), o Tessália e o Quiron, que
eram ligados a Vorcaro. O vencimento antecipado dos CDBs do Master ativa
cláusulas do contrato firmado entre a companhia e o banqueiro, permitindo que a
Oncoclínicas assuma as ações que estavam nos FIPs.
Considerando o valor de fechamento da ONCO3, de R$
2,07, na segunda-feira (17), o montante de cotas equivaleria a R$ 203 milhões.
Mas as ações vem em queda na Bolsa desde a
liquidação do Master. Por volta das 14h30, eram negociadas a R$ 1,67, com queda
de 6,70% no pregão. Considerando a cotação atual, o montante de cotas seria
equivalente a cerca de R$ 185 milhões.
Emae (EMAE4)
A Emae, Empresa Metropolitana de Águas e Energias,
também divulgou um fato relevante informando que tinha 5,88% do caixa em CDBs
do Letsbank, uma das instituições do conglomerado do Master que também foi
liquidada. A companhia não informou os valores, mas fontes ouvidas pelo
Estadão/Broadcast calculam um valor de R$ 160 milhões, montante investido sob a
gestão do empresário Nelson Tanure.
Os valores não possuem garantia específica – como o
FGC para as pessoas físicas – e seguem o regime da liquidação extrajudicial do
Master.
Apesar disso, no FR, a Emae diz que “capacidade
operacional não foi impactada e que mantém posição de caixa suficiente para
fazer frente às suas obrigações e ao curso normal de seus negócios”.
Segundo balanço trimestral, até setembro, o caixa da
empresa era de R$ 243,9 milhões.
Cedae
A Cedae, Companhia Estadual de Águas e Esgotos do
Rio de Janeiro, é uma empresa estatal, de capital fechado e que também foi
afetada pelo Master. Em fato relevante divulgado na terça-feira, a companhia
disse que mantinha aplicações em CDBs do banco, mas que havia solicitado
resgate parcial do investimento antes da liquidação extrajudicial do Master. O
banco de Vorcaro estava inadimplente e, como foi liquidado, agora o resgate
está suspenso.
“A companhia deve proceder à habilitação de crédito
junto ao liquidante designado pelo Banco Central do Brasil”, diz a Cedae.
Sem informar o valor das aplicações, a companhia
disse ainda que está “avaliando os impactos financeiros decorrentes do evento,
bem como adotando todas as providências cabíveis para a preservação de seus
direitos, inclusive no âmbito do processo de liquidação.”
E-investidor

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