Sob choro, aplausos e
profundo silêncio, a bandeira do Brasil foi cuidadosamente dobrada e entregue à
família do sargento Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, um dos policiais
militares mortos durante a megaoperação Contenção, deflagrada nos complexos do
Alemão e da Penha, na última terça-feira (28).
O momento mais comovente
da cerimônia ocorreu quando o comandante-geral da Polícia Militar do Rio de
Janeiro, coronel Marcelo de Menezes, se ajoelhou diante dos filhos de Heber,
num gesto que arrancou lágrimas até dos colegas mais experientes.
“Vocês têm um pai que é um
exemplo. Um herói não só para vocês, mas para todo o Brasil. Eu prometo: ele
jamais será esquecido”, declarou o comandante, com voz embargada.
Os corpos de Heber e do
também sargento Cleiton Serafim Gonçalves, de 40 anos, morto na mesma operação,
foram velados na sede do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), em
cerimônia que reuniu familiares, amigos e dezenas de militares fardados, todos
tomados por um misto de orgulho e dor.
Durante a homenagem,
pétalas vermelhas e brancas foram lançadas sobre os caixões enquanto o toque da
corneta ecoava pelo pátio da unidade, simbolizando o último adeus de uma
corporação que, mais uma vez, chorava seus heróis.
À tarde, no Cemitério
Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio, o cortejo fúnebre foi
recebido por um corredor formado por policiais da PRF, militares da Marinha e
integrantes do Bope, que prestaram continência à passagem do caixão coberto com
a bandeira nacional.
Entre flores, lágrimas e o
som das sirenes em respeito, a despedida de Heber e Cleiton marcou mais um
capítulo doloroso na história recente da segurança pública fluminense — um
retrato do sacrifício diário de quem escolhe proteger, mesmo diante do risco extremo.

 
 
 
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