Pelo menos 40 pessoas
foram intoxicadas na Rússia após consumirem bebida adulterada com metanol na
região de Leningrado, em um episódio que mobiliza autoridades locais e acende
alerta para o comércio ilegal de álcool.
Investigação e prisões
O caso foi registrado no
oblast de Leningrado, no noroeste russo, onde moradores consumiram bebida
adulterada com metanol, uma substância tóxica que substituiu parte do
álcool etílico ou foi adicionada intencionalmente. Autoridades afirmam
que três processos criminais foram abertos e, até agora, cerca
de 14 pessoas foram presas, incluindo intermediários e revendedores que
atuaram no esquema.
Um dos pontos de
distribuição foi localizado no distrito de Tosno, de onde saíram lotes
clandestinos que abasteceram mercados locais sem licença. Mais de 5 mil
litros da bebida suspeita já foram apreendidos durante as buscas.
Números e perfil das vítimas
Embora haja divergências
nas estimativas, fontes locais apontam para pelo menos 41 mortes decorrentes
da intoxicação com metanol. Em reportagens mais recentes, menciona-se que 25
óbitos foram confirmados em comunidades próximas aos distritos de Slantsy,
Kingisepp e Volosovsky.
Governo e imprensa lembram
que surtos por metanol adulterado não são raros na Rússia. Em 2016, na cidade
de Irkutsk, dezenas de pessoas perderam a vida após consumir loções ou
perfumes vendidos como substitutos alcoólicos contendo níveis letais de
metanol.
Contexto do fenômeno
O uso de “álcool
substituto” ou bebidas de procedência duvidosa cresce em ambientes onde os
destilados regulares se tornam inacessíveis para parte da população. A crise
econômica, sanções internacionais e inflação contribuem para que lotes
clandestinos encontrem mercado onde há demanda por versões mais baratas.
Em muitos casos, o metanol
é adquirido como subproduto industrial ou químico e incorporado às bebidas para
aumentar o teor alcoólico com custo reduzido. Essa adulteração é especialmente
perigosa porque o metanol, ao ser metabolizado no corpo, pode causar danos
graves ao sistema nervoso, cegueira e morte.
Desdobramentos legais e resposta estatal
O Comitê Investigativo da
Rússia já atua no caso. Os detidos incluem tanto vendedores locais quanto
operadores das rotas de distribuição. Investigações preliminares apontam que o
crime envolvia esquemas de armazenamento clandestino e revenda em mercados
informais.
Apesar das prisões, ainda
é incerto se serão responsabilizados os autores intelectuais do esquema ou se
haverá punições robustas. A apreensão dos lotes e a identificação dos pontos de
venda são fundamentais para impedir a recorrência.
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