quarta-feira, 15 de outubro de 2025

‘Tem muito parlamentar envolvido nisso’, afirma Styvenson sobre fraudes no INSS

 


O senador Styvenson Valentim (PSDB-RN) afirmou que manobras políticas têm limitado as investigações da CPMI do INSS, da qual ele é membro titular. Em entrevista à 96 FM, Styvenson reclamou que uma decisão da Mesa Diretora do Senado pôs em sigilo informações sobre visitas feitas no Congresso por um dos investigados.

“Tem muito parlamentar envolvido nisso. É tanto que eu perguntei lá para o Careca: você já falou comigo, você já me viu alguma vez na vida, você já foi no meu gabinete? Tem um sigilo de 100 anos para proibir que o Senado diga por onde ele andou lá dentro, quem ele visitou”, afirmou o senador, em entrevista à rádio 96 FM.

Styvenson se referiu ao depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele é apontado em relatório da PF como sócio de 22 empresas, e que “várias” teriam sido utilizadas nas fraudes.

O “Careca do INSS” visitou gabinetes de parlamentares, mas detalhes das visitas são mantidas sob sigilo pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que alega que a revelação das informações “infringiria a imunidade parlamentar”.

Styvenson também citou o vaivém em torno do depoimento do “Careca do INSS”, lembrando que o investigado cancelou sua participação na CPMI inicialmente, mas voltou atrás depois de a comissão decidiu convocar seus familiares.

“De uma hora para a outra, fez um negócio lá, uma maracutaia, um acordo escondido, dizendo que queria se voluntariar, mas, na verdade, ele queria livrar o filho e a esposa, que não teriam habeas corpus do STF. Então, ele disse: ‘se minha mulher e meu filho não forem depor na CPMI, eu faço aqui a minha parte’”, relatou Styvenson.

Críticas ao Supremo e corrupção naturalizada

Durante a entrevista, Styvenson aproveitou para criticar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à CPMI. O “Careca do INSS”, por exemplo, foi autorizado a não comparecer à comissão por decisão do ministro André Mendonça.

O senador criticou o que considera uma interferência indevida do Supremo nas investigações parlamentares, especialmente por meio da concessão de habeas corpus que, na prática, asseguram o silêncio dos depoentes.

“O elemento que roubou os aposentados já tem um benefício de um habeas corpus que o STF dá. E ele indo para a CPI, ele não tem obrigação de falar. A gente tem que mudar a estratégia muitas vezes”, afirmou.

Para Styvenson, as decisões judiciais blindam os envolvidos e esvaziam a capacidade de apuração da comissão.

Styvenson afirmou ainda que a base do governo federal na CPMI atua para dificultar as investigações e impedir o avanço sobre aliados. Ele destacou que, embora a oposição tenha conquistado os principais cargos da comissão, há tentativas constantes de alteração da composição.

Por causa disso, o senador demonstrou certo ceticismo com a elucidação dos crimes investigados.
“Não é o primeiro escândalo de corrupção que esse país vive. Eu creio que hoje o tema corrupção não é um tema mais que mexe com o brasileiro, não é o top 1, não é o que diz e dita a política. Sinceramente, as pessoas estão achando que a corrupção é natural mesmo. O brasileiro já acho que já desistiu disso aí. E nesse governo está cada vez pior. Está cada vez pior, porque num escândalo desse não era nem para ter interferência de Judiciário”, afirmou o senador do PSDB.

 

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