A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou, nesta
sexta-feira, 31, que já identificou 99 dos 117 mortos durante a Operação
Contenção, deflagrada na última terça-feira, 28, nos complexos do Alemão e da
Penha, na Zona Norte da capital. Do total, 42 possuíam mandados de prisão
pendentes e 78 apresentavam “histórico criminal relevante” — número que pode
crescer.
O levantamento, apresentado em coletiva pelos
secretários de Segurança Pública, Victor dos Santos, e de Polícia Civil,
delegado Felipe Curi, aponta que 40 dos mortos são oriundos de fora do
Rio: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 1 da Paraíba, 4 de
Goiás, 1 do Mato Grosso e 3 do Espírito Santo. Segundo a corporação, os
dados mostram que o estado abrigava lideranças criminosas de quatro das cinco
regiões do país, o que reforça o alcance nacional do Comando Vermelho. Pelo
menos um terço dos presos na operação também é de outros estados.
As investigações indicam que os complexos da Penha e
do Alemão funcionavam como centros de comando, tomada de decisão e treinamento
tático da facção. Nesses locais, integrantes recebiam instruções em armamento,
tiro, uso de explosivos e táticas de combate. “Os complexos da Penha e do Alemão
se tornaram centros decisórios e de formação de narcoterroristas”, afirmou o
secretário Victor dos Santos.
De acordo com o relatório da Polícia Civil, o fluxo
de caixa da facção nessas áreas movimentava cerca de 10 toneladas de drogas por
mês. Tanto o Alemão quanto a Penha atuavam como polos de abastecimento,
distribuindo drogas e armas para outras comunidades controladas pelo grupo
criminoso. Estima-se que entre 50 e 70 fuzis sejam negociados mensalmente a
partir dessas regiões.
A rede de abastecimento do Comando Vermelho
alcançaria pelo menos 24 comunidades do Rio, entre elas o Complexo do
Salgueiro, em São Gonçalo, a Rocinha, o Complexo da Maré, o Jacarezinho e o
Complexo do Lins.
A Polícia Civil ainda vai finalizar relatório de
inteligência com centenas de páginas, que reúne a qualificação dos mortos e uma
análise sobre o papel estratégico da Penha e do Alemão na estrutura da
facção. Até o momento, 89 corpos já foram liberados para as famílias. As
perícias, realizadas em conjunto com o Ministério Público, continuam para
identificar os restantes.
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