Ao trocar de turma
no Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Fux escancarou
seu incômodo com o colega Gilmar Mendes.
Ao jornal O
Globo, o novo ministro da Segunda Turma afirmou: “Agora ele
[Gilmar Mendes] pode falar dos votos proferidos lá sem cometer infrações
previstas na Lei Orgânica da Magistratura, como fez anteriormente.”
A declaração foi
dada após o decano condenar o voto divergente do colega Luiz Fux
no julgamento de Jair Bolsonaro na Primeira Turma do STF, da qual Gilmar não
faz parte.
“Acho
até, com todas as vênias, que o voto do ministro Fux está preenchido de
incoerências. Porque, a meu ver, se não houve golpe, não deveria ter havido
condenação. Condenar o Cid e o Braga Netto e deixar todos os demais de fora
parece uma contradição nos próprios termos”, disse o decano.
“Figura
lamentável”
Diante do pedido de
vista de Fux que suspendeu o julgamento em que Sergio Moro é
acusado de caluniar Gilmar, os ministros protagonizaram uma dura discussão
durante o intervalo de uma sessão plenária no STF.
Conforme foi
noticiado na imprensa, o decano teria sugerido ao colega que fizesse “terapia
para se livrar da Lava Jato”.
Gilmar também teria
dito que considerava Fux uma “figura lamentável”.
Fux muda de turma
O presidente do
Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, autorizou na quarta-feira, 22, a
mudança da Primeira para a Segunda Turma do ministro Luiz Fux.
“Diante
da ausência de manifestação de interesse de integrante mais antigo, concedo a
solicitada transferência para a Segunda Turma, nos termos dos artigos 13, X e
19 do Regimento Interno desta Corte”, disse Fachin no despacho.
Além de Fux e
Gilmar, integram a Segunda Turma os ministros Dias Toffoli, Kassio Nunes
Marques e André Mendonça.

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