A
colaboração de Hugo Armando Carvajal, conhecido como “El Pollo”, com a Justiça
dos Estados Unidos pode resultar em uma redução de pena após a confissão de
envolvimento com redes internacionais de narcotráfico e financiamento político
ilegal. Ex-chefe da inteligência militar venezuelana durante os governos de
Hugo Chávez e Nicolás Maduro, Carvajal foi extraditado aos EUA em 2023, após dois
anos foragido na Espanha.
Preso em
território norte-americano, ele se tornou peça central para investigações
conduzidas pelo Departamento de Justiça e pela Agência Antidrogas (DEA). Em
audiência realizada no Tribunal do Distrito Sul de Nova York, Carvajal
declarou-se culpado de quatro acusações relacionadas ao narcotráfico e ao
narcoterrorismo. Ele admitiu ser membro do “Cartel de los Soles”, organização
criminosa infiltrada nas Forças Armadas da Venezuela e classificada como grupo
terrorista pelos Estados Unidos. Também reconheceu colaboração com a guerrilha
colombiana e participação no tráfico de grandes carregamentos de cocaína
destinados à América do Norte.
Com a
confissão, o tribunal autorizou a realização de uma nova audiência na qual o
ex-general poderá apresentar provas adicionais em troca de uma possível redução
de pena. A estimativa inicial de até 20 anos de prisão pode ser revista caso
sua cooperação seja considerada decisiva para os desdobramentos do caso.
Além das
acusações ligadas ao tráfico de drogas, Carvajal está fornecendo informações
detalhadas sobre o uso de recursos estatais venezuelanos para financiamento
político no exterior. Segundo o portal espanhol The Objective junto ao portal
argentino Infobae, fontes próximas ao ex-agente afirmam que ele está disposto a
entregar documentos inéditos à Justiça norte-americana que revelam como a
PDVSA, estatal petroleira da Venezuela, foi utilizada como instrumento para
repasses a líderes e partidos de esquerda em diferentes países.
Em
depoimento prestado anteriormente à Justiça espanhola, conforme ambos veículos
de comunicação, Carvajal afirmou que “o governo venezuelano financiou
ilegalmente movimentos políticos de esquerda no mundo por pelo menos 15 anos”.
Entre os nomes citados como beneficiários estão os ex-presidentes Néstor
Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Luiz Inácio Lula da Silva
(Brasil), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru), Manuel Zelaya
(Honduras) e o atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Ele também mencionou
repasses ao partido Podemos (Espanha) e ao Movimento 5 Estrelas (Itália).
Com
informações de Conexão Política
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