A CPMI do INSS definiu a data que o político
potiguar Abraão Lincoln Ferreira da Cruz vai sentar ao lado do presidente da
Comissão, Carlos Viana, para explicar as ações suspeitas praticadas pela
Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), da
qual é presidente. Será no dia 3 de novembro, conforme anunciou a CPMI do INSS
nesta semana.
Candidato a deputado federal pelo Rio Grande do
Norte e cotado para disputar o cargo novamente no próximo ano, Abraão Lincoln
teve a convocação aprovada ainda no início do trabalhos da comissão e já foi
citado em alguns depoimentos, como o polêmico depoimento do lobista Antônio
Antunes, conhecido como "Careca do INSS".
As suspeitas contra Abraão Lincoln envolvem, entre
outros pontos, um salto abrupto no número de associados à CBPA em 2023, quando
a entidade registrou investidas maciças de filiação junto a segurados com
benefícios, embora não tivesse filiados significativos em anos
anteriores.
Segundo a CPMI, há indícios de falsificação de
filiações em massa para capturar descontos indevidos, bem como de pagamentos de
propinas a agentes do INSS. Também foi solicitado relatório financeiro
detalhado dele para o período entre 2019 e 2025.
Além disso, Abraão Lincoln consta entre as pessoas
atingidas pela quebra de sigilo bancário e fiscal aprovada pela CPMI — ele
integra lista de 67 pessoas e 91 entidades cujos dados estão sendo liberados
para investigação. A inclusão de seu nome na lista reforça sua importância
entre os investigados.
A CBPA e Abraão Lincoln ainda não emitiram
posicionamentos públicos após a convocação. A expectativa é de que seu
depoimento possa esclarecer caminhos financeiros suspeitos e ligações com
agentes internos do INSS.

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