A CPI do INSS rejeitou nesta quinta-feira (15) o
pedido de convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), por 19 votos a 11. A base governista articulou para barrar o
requerimento.
Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional
dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), entidade alvo da Operação Sem
Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes no INSS. Apesar disso,
ele não é citado no inquérito.
“Ele ingressou no sindicato apenas em 2024. As
irregularidades começaram em 2019, no governo Bolsonaro. Frei Chico nunca teve
função administrativa nem financeira”, justificou o líder do governo na
CPI, Paulo Pimenta (PT-RS).
Outras decisões da CPI
A comissão também rejeitou as quebras de sigilo da
publicitária Danielle Fonteles e da empresa dela. Fonteles recebeu R$ 5 milhões
do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, entre 2023 e
2025.
Segundo as defesas, o pagamento seria por uma negociação de imóvel em Trancoso
(BA) que não se concretizou. A publicitária já trabalhou em campanhas do PT,
como a de Dilma Rousseff em 2010.
Por outro lado, a CPI aprovou a quebra do sigilo
bancário do advogado Eli Cohen, que fez as primeiras denúncias sobre o esquema.
Ele será investigado entre janeiro de 2015 e outubro de 2025.
Em depoimento anterior, Cohen afirmou que o golpe
“não poderia ter acontecido sem a participação da cúpula do INSS e de um
ministro da Previdência”.
Outros requerimentos e depoimentos
Antes da sessão, governistas e opositores acordaram
em retirar os pedidos de quebra de sigilo fiscal e telemático do ex-ministro
Carlos Lupi, incluindo o acesso ao e-mail institucional e celular pessoal.
Nesta tarde, a CPI ouve Cícero Marcelino de Souza
Santos, assessor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores
Familiares), também investigada no caso. O Coaf identificou transferências
suspeitas para empresas ligadas a ele e à esposa, após a Conafer receber R$ 13
milhões em 2023.
A entidade nega irregularidades e diz que os
pagamentos fazem parte de seu “fluxo normal de obrigações contratuais”.
Com informações de O Globo
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