Um motorista por aplicativo sequestrado viveu horas
de terror na madrugada desta sexta-feira (19), após ser abordado por criminosos
armados na Zona Norte de Natal. A vítima, que preferiu não se identificar,
contou que foi surpreendida por um carro C4 vermelho que o fechou e obrigou a
parar nas proximidades da Rua Presidente Médice, no bairro de Igapó.
De acordo com o relato, cinco suspeitos participaram
da ação. Quatro deles desceram do carro usando coletes à prova de balas e
portando armas de grosso calibre, como fuzil, espingarda calibre 12 e pistolas.
Eles obrigaram o motorista a sair do veículo e tentaram colocá-lo no
porta-malas, mas como o carro era modelo hatch, ele foi levado para o banco
traseiro.
Durante cerca de quatro horas, o motorista foi
mantido refém, agredido com coronhadas e ameaçado de morte. Os criminosos
exigiram senhas de bancos e realizaram transferências de todas as contas da
vítima.
“O tempo todo eles eram violentos. Eu só pensava em
sair vivo e ver minha filha de novo”, relatou.
Em determinado momento, o grupo passou por um
batalhão policial e debochou da situação, segundo a vítima. Em seguida, levaram
o motorista para dentro de uma área de mata, onde continuaram as agressões.
“Acho que o que me salvou foi a proteção do iPhone.
Eles tentaram desbloquear, mas como o sistema exige um tempo de espera, isso
atrasou e talvez tenha me mantido vivo”, disse.
Após horas de ameaças, os criminosos quebraram a
chave do carro e ameaçaram executar o motorista caso ele não conseguisse ligar
o veículo. Ele se lembrou de uma chave reserva dentro do carro e conseguiu
ligá-lo, momento em que foi colocado no porta-malas do C4 e rodou com os
criminosos até ser liberado por volta das 5h da manhã.
O motorista registrou ocorrência na Polícia Civil e
realizou exame de corpo de delito, já que apresentava marcas de amarração nos
punhos e ferimentos das agressões. O veículo ainda não foi recuperado.
Mesmo após o trauma, a vítima afirmou que pretende
continuar trabalhando como motorista de aplicativo, já que é sua única fonte de
renda.
Veja um trecho do relato:
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