quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Governo reajusta Programa do leite e Faern cobra melhorias

 


Os valores pagos à indústria de laticínios e fornecedores do Programa Leite Potiguar (PLP) tiveram reajuste de 12,25%, elevando o litro do leite bovino de R$ 4,00 para R$ 4,50 e do leite caprino de R$ 4,80 para R$ 5,37 neste mês de setembro, conforme anunciou o Governo do Estado. A medida, aprovada pela Resolução Nº 028/2025 do Comitê Gestor do programa, busca compensar o aumento dos custos de produção e manter a sustentabilidade da política de distribuição de leite no estado. Embora represente a sexta correção desde o início da atual gestão, a Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern) avalia que o reajuste, ainda que importante, não resolve todos os desafios enfrentados pelo setor e precisa ser acompanhado por outras políticas.

“Embora o novo valor represente uma correção significativa, os produtores ainda enfrentam o desafio de obter uma remuneração que acompanhe o ritmo acelerado da inflação dos insumos agropecuários. É necessário manter uma política de atualização periódica dos preços para garantir a sustentabilidade dos produtores, especialmente os de menor escala”, afirma José Vieira, presidente da Faern.

Ainda de acordo com o líder da entidade, há espaço para ampliação da relevância do PLP, sobretudo em regiões que vêm registrando crescimento na produtividade. “Em muitos territórios, o programa representa importante fonte de renda para famílias de agricultores que enfrentam restrições climáticas e estruturais. Para ampliar sua relevância, o PLP precisa estimular mudanças estruturantes nos sistemas produtivos, com foco em sanidade, produtividade e qualidade do leite”, defende.

Entre as propostas de aprimoramento, a Faern defende medidas que envolvam melhorias na logística e distribuição, monitoramento dos pontos de entrega e uso de tecnologias de rastreamento, além da institucionalização da capacitação contínua dos agentes envolvidos.

Para Adriano Gomes, secretário-adjunto da Sethas-RN, pasta que executa o programa, o PLP vem passando por ampliação na cobertura. “O último reajuste havia acontecido em 2022, portanto, há três anos. O reajuste anunciado leva em consideração a seca, a alta dos custos de produção, beneficiamento e distribuição apresentados pela categoria, através do sindicato”, explica. Atualmente, são mais de 330 pontos de distribuição em todo o estado.

O PLP é apontado pelo Governo como um dos principais instrumentos de segurança alimentar, com previsão de aquisição de 19,5 milhões de litros de leite em 2025, ao custo de R$ 81 milhões. A meta é investir R$ 90 milhões anuais a partir de 2026. Atualmente, são fornecidos semanalmente cinco litros de leite para cada uma das 76 mil famílias assistidas.

“O investimento previsto para o ano de 2026, de R$ 90 milhões, potencializa o fomento à produção e à comercialização do leite no interior do estado. São R$ 90 milhões que circulam genuinamente na economia local, na agricultura familiar, no mercado de insumos para a produção do leite, na geração de emprego e renda no campo e na cidade, além de balizar o preço do leite no mercado local e regional”, considera o secretário-adjunto. De 2019 para 2025, o programa passou de 30 municípios alcançados para todas as 167 cidades do RN.

 

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