Os valores pagos à indústria de laticínios e
fornecedores do Programa Leite Potiguar (PLP) tiveram reajuste de 12,25%,
elevando o litro do leite bovino de R$ 4,00 para R$ 4,50 e do leite caprino de
R$ 4,80 para R$ 5,37 neste mês de setembro, conforme anunciou o Governo do
Estado. A medida, aprovada pela Resolução Nº 028/2025 do Comitê Gestor do
programa, busca compensar o aumento dos custos de produção e manter a
sustentabilidade da política de distribuição de leite no estado. Embora
represente a sexta correção desde o início da atual gestão, a Federação da
Agricultura, Pecuária e Pesca do RN (Faern) avalia que o reajuste, ainda que
importante, não resolve todos os desafios enfrentados pelo setor e precisa ser
acompanhado por outras políticas.
“Embora o novo valor represente uma correção
significativa, os produtores ainda enfrentam o desafio de obter uma remuneração
que acompanhe o ritmo acelerado da inflação dos insumos agropecuários. É
necessário manter uma política de atualização periódica dos preços para
garantir a sustentabilidade dos produtores, especialmente os de menor escala”,
afirma José Vieira, presidente da Faern.
Ainda de acordo com o líder da entidade, há espaço
para ampliação da relevância do PLP, sobretudo em regiões que vêm registrando
crescimento na produtividade. “Em muitos territórios, o programa representa
importante fonte de renda para famílias de agricultores que enfrentam
restrições climáticas e estruturais. Para ampliar sua relevância, o PLP precisa
estimular mudanças estruturantes nos sistemas produtivos, com foco em sanidade,
produtividade e qualidade do leite”, defende.
Entre as propostas de aprimoramento, a Faern defende
medidas que envolvam melhorias na logística e distribuição, monitoramento dos
pontos de entrega e uso de tecnologias de rastreamento, além da
institucionalização da capacitação contínua dos agentes envolvidos.
Para Adriano Gomes, secretário-adjunto da Sethas-RN,
pasta que executa o programa, o PLP vem passando por ampliação na cobertura. “O
último reajuste havia acontecido em 2022, portanto, há três anos. O reajuste
anunciado leva em consideração a seca, a alta dos custos de produção,
beneficiamento e distribuição apresentados pela categoria, através do
sindicato”, explica. Atualmente, são mais de 330 pontos de distribuição em todo
o estado.
O PLP é apontado pelo Governo como um dos principais
instrumentos de segurança alimentar, com previsão de aquisição de 19,5 milhões
de litros de leite em 2025, ao custo de R$ 81 milhões. A meta é investir R$ 90
milhões anuais a partir de 2026. Atualmente, são fornecidos semanalmente cinco
litros de leite para cada uma das 76 mil famílias assistidas.
“O investimento previsto para o ano de 2026, de R$
90 milhões, potencializa o fomento à produção e à comercialização do leite no
interior do estado. São R$ 90 milhões que circulam genuinamente na economia
local, na agricultura familiar, no mercado de insumos para a produção do leite,
na geração de emprego e renda no campo e na cidade, além de balizar o preço do
leite no mercado local e regional”, considera o secretário-adjunto. De 2019
para 2025, o programa passou de 30 municípios alcançados para todas as 167
cidades do RN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário