sábado, 2 de agosto de 2025

Triste demais: Morre José Roberto Guzzo

 


O Brasil amanheceu mais burro. Morreu J.R. Guzzo. Um infarto fulminante calou a voz mais lúcida do jornalismo nacional. Era um dos poucos que escreviam o óbvio com coragem, sem medo de xingar canalhas nem de ser elegante com a verdade.

Guzzo não era do grito. Era da elegância bruta. Límpido, seco, cirúrgico. Preferia destruir canalhices com argumentos, não com espuma na boca. Mas destruía.

Foi o comandante da Veja nos tempos em que a revista ainda fazia jornalismo. Depois, ajudou a fundar a Oeste, onde escreveu até o fim. Aos 82 anos, Guzzo era mais atual que muito jovenzinho progressista de camiseta do Che e cabeça vazia.

Não teve diploma de lacração, não pendurou bandeirinha em rede social e nunca pediu desculpas por pensar diferente. Por isso mesmo foi odiado por militantes e reverenciado por leitores.

Guzzo morreu. E com ele vai embora um pedaço do que restava de decência na imprensa brasileira. O resto é ativismo disfarçado, lacração com crachá e covardia editorada.

Vai fazer falta. Porque verdade, hoje em dia, virou artigo de luxo. E Guzzo era estoque infinito.

Descanse, mestre. E que os covardes tremam ao reler o que você escreveu. Como vibrei com seus textos e como sempre quis ser o senhor. 

Blog do Gustavo Negreiros

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