A polêmica implementação da alíquota de 20% sobre
compras internacionais de até US$ 50, conhecida como a “taxa das blusinhas”,
completou um ano. A iniciativa mexeu com o bolso dos consumidores e tornou-se
motivo de crise no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Receita Federal estima que o valor arrecadado
chegue próximo dos R$ 175,8 milhões mensais, quando o esperado eram R$ 700
milhões.
Um levantamento da Plano CDE mostra que a taxação
sobre compras internacionais afetou sobretudo as famílias de menor renda. O
estudo “Compras Online Brasil” aponta que, entre agosto de 2024 e abril de
2025, o volume de pedidos feitos pelas classes C, D e E caiu 35% — o que
significa que 14 milhões de brasileiros deixaram de comprar em sites
estrangeiros.
Entre os consumidores das classes A e B, a retração
foi somente de 11%, evidenciando o peso desigual da medida.
Além do efeito na sociedade, o imposto afetou os
Correios. Segundo um estudo produzido pela empresa, a taxa produziu um impacto
de R$ 2,2 bilhões na receita da estatal.
Entenda
Aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho do ano passado, a “taxa das
blusinhas” estabelece que, se um consumidor fizer uma compra de R$ 100, por
exemplo, (ou US$ 18, considerando a cotação de R$ 5,50 para o dólar), ele
deverá pagar 20% desse valor no novo tributo, ou seja, R$ 20.
Além disso, o ICMS de 17% será aplicado sobre a soma
do valor inicial do produto mais o novo imposto. No exemplo, o preço final será
R$ 144,58. Esta fórmula de cobrança se aplica a todas as compras abaixo de US$
50.
Para compras entre US$ 50 e US$ 3.000, a alíquota de
importação será mantida em 60% sobre o valor total. No entanto, a nova lei
prevê uma dedução de US$ 20 — o que significa que a taxa para produtos acima de
US$ 50 será reduzida com a nova regra.
R7
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