O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), disse que sua primeira medida caso se torne presidente da
República será conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tarcísio foi questionado se concederia o indulto em entrevista ao Diário do
Grande ABC, publicada nesta sexta-feira, 29. “Na hora. Primeiro ato. Porque eu
acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, afirmou.
O governador voltou a negar, porém, a intenção de se
candidatar à Presidência em 2026. “Eu não sou candidato à Presidência, vou
deixar isso bem claro. Todo governador de São Paulo é presidenciável, pelo
tamanho do Estado, um Estado muito importante. Mas vamos pegar na história
recente qual foi o governador de São Paulo que se tornou presidente da
República: o último foi Jânio Quadros e o penúltimo foi Washington Luís”,
afirmou.
Tarcísio já calibra comunicação, ouve marqueteiros e
busca projeção nacional de olho nas eleições de 2026, mas evita dar sinais de
campanha antecipada para não virar alvo do bolsonarismo.
Esta foi a primeira declaração do governador citando
o indulto como uma ação caso seja eleito para o Planalto. Em julho, Tarcísio
havia afirmado acreditar que “qualquer candidato” de centro-direita deveria
conceder um indulto a Bolsonaro, caso o ex-presidente seja condenado na ação
penal sobre a trama golpista. Na ocasião, Tarcísio afirmou acreditar na
inocência do aliado.
Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo),
e Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidatos ao Planalto, já se
comprometeram publicamente com a medida.
Tarcísio também disse que não confia na Justiça e
que não vê elementos para a condenação de Bolsonaro, que começa a ser julgado
por tentativa de golpe na terça-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não
posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.
O governador ainda defendeu a anistia aos condenados
por tentativa de golpe de Estado e a “prerrogativa” do Congresso em construir
uma “solução política”. “A gente tem falado com partidos, acredito muito em uma
saída política via Congresso, e o Congresso tem que ter sua prerrogativa
respeitada para construir uma solução política. Essa solução (anistia) não é
novidade, esteve presente em outros momentos do Brasil”, disse, citando
episódios desde revoltas do período colonial até o “movimento de 64”.
Na entrevista, Tarcísio ainda cobrou o presidente da
Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que paute a anistia. O governador
não citou o deputado nominalmente. “Entendo que os presidentes da Casa têm que
submeter isso à vontade do plenário, e não pode ter interferência de outro
Poder”, disse.
Estadão Conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário