Mayra Ferreira
Repórter
Neste Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e
ao enfrentamento da violência contra a mulher, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE
foi às ruas para testar o conhecimento da população sobre o Signal for Help –
um gesto simples que pode indicar que uma mulher está em situação de risco,
como violência doméstica ou relacionamento abusivo.
A pergunta feita foi direta: “Você sabe o que
significa este sinal de ajuda?”
Entre as 12 pessoas abordadas, apenas 5 responderam que sim, enquanto 7
afirmaram nunca ter ouvido falar do gesto. O dado mais preocupante, no entanto,
é que nenhuma das 12 pessoas sabia para onde ligar caso presenciasse uma mulher
pedindo socorro.
O Signal for Help, ou “Sinal de Ajuda”, foi criado
durante a pandemia pela Canadian Women’s Foundation, no Canadá. A mensagem por
trás do gesto é clara: “Estou em risco. Não posso falar. Preciso de ajuda.”
No Brasil, ainda é pouco conhecido. A promotora de
Justiça de Defesa da Mulher, Érica Canuto, destaca na reportagem que a
divulgação é fundamental para que o sinal funcione de fato: “É preciso que se
espalhe em grupos de empresas, em escolas públicas, na imprensa, de modo que
esse sinal seja amplamente divulgado.”
O gesto é simples: palma aberta, polegar dobrado e
dedos fechando sobre ele. Pode ser feito em qualquer ambiente — na rua, no
trabalho ou em um encontro social — sempre que houver uma chance de alguém
perceber.
Um exemplo recente de como o recurso pode ser usado
na prática apareceu na televisão. Em 18 de abril, a novela Volta Por Cima, da
TV Globo, exibiu uma cena em que a personagem Roxelle (Isadora Cruz) utilizou o
sinal para escapar do companheiro agressor, Gerson (Enrique Diaz).
Na cena, durante um jantar, a personagem pede
licença para ir ao banheiro. No caminho, finge esbarrar em uma mulher em outra
mesa e, de forma discreta, posiciona a mão atrás do corpo para executar o
gesto. O pedido de ajuda poderia ter passado despercebido, mas a mulher à mesa
reconheceu o sinal, acionando o gerente do restaurante e a polícia.
Érica Canuto explica que ao presenciar uma situação
como essa, é necessário ter todos os cuidados e não abordar o casal de forma
direta. “O ideal é procurar a Assistência de Segurança Pública. Não é seguro
chegar próximo, a não ser que esse casal esteja rodeado de pessoas. Muitas
vezes o agressor pode estar armado, então é necessário que, para oferecer ajuda
a essa mulher, você procure a segurança pública, mas sem tirar essa mulher do
seu campo de visão.”, explica a promotora.
Escrever a letra “X” na palma da mão com a cor
vermelha, geralmente feita com batom, também pode ser uma forma de pedir ajuda.
Esse é mais um método utilizado por mulheres em situação de risco.
Casos de violência contra a mulher devem
ser denunciados de forma anônima pelo telefone 180 (Central de Atendimento à
Mulher), além dos canais da Polícia Civil e Militar.
Se você for vítima ou presenciar
qualquer tipo de violência contra a mulher, denuncie:
- Ligue
180 (Central de Atendimento à Mulher)
- (84)
98135-4487 (WhatsApp da Patrulha Maria da Penha RN)
- Ligue
190 (Em caso de emergência)
- 0800
281 2336 – Codim/Sesed (Denúncia anônima, sigilosa e segura)
- (84)
98896-0402 (ProMulher)
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