O estado clínico do senador e candidato presidencial
colombiano Miguel Uribe, baleado em junho em Bogotá, “regrediu para uma
condição crítica” desde a quinta-feira, 7, devido a uma nova hemorragia
cerebral, informou, neste sábado, 9, a clínica onde ele está internado.
Uribe precisou de “novos procedimentos
neurocirúrgicos” que o estabilizaram após apresentar uma hemorragia em seu
sistema nervoso central, informou a Fundación Santa Fe em um comunicado.
“Reitera-se a condição crítica e seu prognóstico permanece de caráter
reservado”, acrescentou.
O parlamentar de oposição, de 39 anos, segue em
cuidados intensivos dois meses após sofrer um atentado brutal durante um ato
político em um parque de Bogotá.
Com dois ferimentos à bala na cabeça e um na perna,
o pré-candidato presidencial foi submetido a múltiplas cirurgias desde o
atentado. Segundo a clínica, sua condição nas últimas horas exigiu “reiniciar
seu bloqueio neuromuscular e sedação profunda”.
Nas últimas semanas, seus familiares haviam
comemorado sua evolução gradual após entrar em uma fase de neurorreabilitação.
As autoridades capturaram seis suspeitos
relacionados ao ataque e apontam uma dissidência da extinta guerrilha das Farc
como possíveis autores intelectuais.
Entre os detidos estão o atirador, um menor de 15
anos, e Elder José Arteaga Hernández, conhecido como “El Costeño”, operador
logístico do ataque.
Nesta semana, o diretor da Polícia colombiana,
Carlos Fernando Triana, disse que “muito provavelmente a Segunda Marquetalia”,
uma dissidência fundada pelo histórico líder das Farc Iván Márquez, está por
trás do planejamento do atentado.
O governo do presidente de esquerda, Gustavo Petro,
iniciou aproximações de paz com o grupo em meados de 2024 na Venezuela, mas
atualmente estão suspensas devido à falta de avanços.
As autoridades suspeitam que Márquez e seu segundo
no comando, conhecido como Zarco Aldinever, estão mortos, embora isso não tenha
sido confirmado.
O atentado contra Uribe, favorito da direita para as
eleições presidenciais de 2026, reabre feridas em um país atravessado pela
violência e pelos atentados contra políticos nas décadas de 1980 e 1990.
Estadão
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