A equipe econômica divulgou nesta quarta-feira (13)
— duas semanas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o
tarifaço elevando a alíquota de importação para 50% a quase dois mil produtos
brasileiros — um pacote para atenuar o seu impacto para as empresas
exportadoras.
Entretanto, apesar de a medida provisória (MP) do
pacote já ter sido publicada, a maior parte das medidas ainda não está em
vigor, pois depende de votação pelo Congresso Nacional ou de regulamentação e
adequação de sistemas bancários para sair do papel.
Esse é o caso, por exemplo, da principal ação
anunciada pelo governo: uma linha de crédito de R$ 30 bilhões destinada a
incrementar as vendas externas.
“Estamos falando de uma primeira leva de medidas e
não excluímos a eventual necessidade de editar outras em relação a outros
temas. A gente segue trabalhando, vai seguir trabalhando com os Estados Unidos
em decorrência da situação”, disse o secretário-executivo do Ministério da
Fazenda, Dario Durigan, nesta semana.
Levantamento divulgado pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) mostra que pouco mais da metade das exportações brasileiras aos
Estados Unidos têm tarifa de 50% para entrar no país.
Neste sábado (16), o vice-presidente da República e
ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o Congresso Nacional
precisa dar uma resposta rápida na análise do pacote de ajuda aos exportadores
afetados pelo tarifaço.
Entenda a situação de cada medida anunciada
Linha de crédito de R$ 30 bilhões para
exportadores: depende da aprovação de normas regulamentadoras, em especial
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e da adequação operacional das
instituições financeiras, que, segundo o governo, “vêm trabalhando em conjunto
com o governo para viabilizar a oferta das linhas o mais rápido possível”.
Segundo o Ministério da Fazenda, a medida ainda não
está em vigor. Os atos normativos estão previstos para a próxima semana,
assim como a reunião do Conselho Monetário Nacional, diz o governo.
Seguro à exportação: governo
anunciou instrumentos para proteger o exportador contra riscos como
inadimplência ou cancelamento de contratos, permitindo que bancos e seguradoras
utilizem essa garantia em mais tipos de operações.
Com esse objetivo, realizará aportes em fundos
garantidores por fora das metas fiscais. Para ter validade, a medida ainda
precisa que os aportes previstos para os fundos garantidores sejam feitos, e
que atos normativos sejam publicados.
A Receita Federal foi autorizada a fazer
diferimento (adiamento) de cobrança de impostos para as empresas mais
afetadas pelo tarifaço.
Essa prática já havia sido adotada anteriormente
durante a pandemia da Covid-19. A ideia é que sejam postergados para novembro e
dezembro impostos que deveriam ser pagos em setembro e outubro.
Segundo o governo, essa medida também não foi
regulamentada até o momento. Portanto, ainda não está valendo. “Ato do
Ministério da Fazenda nos próximos dias irá definir condições e critérios”,
informou a pasta.
Isenção de insumos para exportações: o governo
anunciou a prorrogação, por um ano, do prazo para que as empresas consigam
exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado “drawback”.
O mecanismo foi criado para incentivar as
exportações e permite a suspensão ou isenção de tributos na importação de
insumos utilizados para fabricar produtos que serão exportados em seguida.
Segundo o Ministério da Fazenda, essa medida está em
vigor desde a publicação da medida provisória, nesta semana, desde que
atendidos seus critérios operacionais.
Compras públicas: Foi anunciado que a União,
estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de
alimentação (para merenda escolar, hospitais etc.).
A medida, que vale apenas para produtos afetados
pelas sobretaxas dos EUA, está em vigor e já começou a ser implementada quando
o governo anunciou compras públicas de R$ 2,4 bilhões ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
g1
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