Do brilho do espetáculo às marcas da dor: a luta de um artista circense para voltar ao Globo da Morte

 

Paulo Batista Barbosa conhece como poucos a adrenalina que envolve o público e o risco que acompanha cada número dentro do Globo da Morte. Acostumado a viver na estrada e a emocionar plateias por todo o país, o artista circense viu sua trajetória ser interrompida por um acidente que mudou sua rotina e colocou sua carreira em xeque.

Há alguns anos, durante uma apresentação, Paulo sofreu uma queda que lesionou seriamente o ombro. Sem tempo para se recuperar adequadamente, ele continuou se apresentando, mesmo com dores e desconforto. Mas, em outubro do ano passado, um novo acidente agravou ainda mais a lesão, tornando impossível seguir no picadeiro com a mesma intensidade.

A necessidade de cirurgia era inevitável. Paulo chegou a procurar atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas a vida nômade do circo não lhe permitia esperar pelo procedimento. Foi então que a direção do espetáculo buscou ajuda em um hospital particular de Natal.

E foi nesse momento que a solidariedade entrou em cena. O Hospital Rio Grande, sensibilizado com a história, abraçou a causa e, junto com a equipe da Ortovita, liderada pelo ortopedista Dr. Diego Garcez, tornou possível a realização do procedimento. A ação contou ainda com o engajamento de toda a equipe médica e multidisciplinar envolvida, que abriram mão dos seus honorários para que Paulo tivesse acesso à cirurgia.

A sensibilidade da direção do Hospital Rio Grande foi determinante para que essa corrente positiva se concretizasse. Uma união de esforços que não apenas garantiu o tratamento, mas também renovou a esperança de um artista apaixonado pela arte circense.

Hoje, após o sucesso da cirurgia, Paulo vive a expectativa de retornar ao picadeiro. A recuperação ainda exige disciplina e fisioterapia, mas o sonho de voltar ao Globo da Morte está mais vivo do que nunca.