Em meio à movimentação tradicional das feiras
de Natal,
um vendedor tem chamado atenção nas redes sociais com uma proposta diferente:
tortas em fatias generosas, que ele chama de "toras".
Bruno Miranda, conhecido como Bruno Cake, largou o
emprego com carteira assinada para apostar no negócio que começou em 2024 e
hoje atrai clientes de várias cidades.
Nas feiras do Alecrim, em Natal , e de Cidade das
Rosas, em São Gonçalo do Amarantem, as "toras" - porções de até 600
gramas - têm esgotado rapidamente, em menos de duas horas. A estratégia de
diferenciar o produto e usar as redes sociais para divulgação tem sido decisiva
para o sucesso do confeiteiro.
"Não é fatia, nem pedaço. É 'tora'",
explica Bruno, que desenvolveu o conceito para fugir do padrão do mercado e
oferecer um produto generoso, de qualidade e preço acessível.
Bruno vende em média entre 10 e 14 tortas por dia
nas feiras onde atua, mas afirma que a produção ainda não dá conta da demanda.
"Essa quantidade é extremamente insuficiente.
Eu estou já trabalhando no aumento dessa produção. A cada sábado, a cada
domingo, eu tenho aumentado a quantidade de tortas e cada vez mais muitas
pessoas estão procurando", disse.
O início das vendas foi no bairro Cidade das Rosas,
onde mora. Depois, passou a atuar também em Ceará-Mirim e, atualmente, tem
banca fixa na tradicional feira do Alecrim, aos sábados, e novamente na Cidade
das Rosas, aos domingos. "Eu tenho esse título de ser o primeiro a vender
torta nesse formato nas feiras do estado", afirmou.
Bruno já conciliava o emprego formal com vendas
pontuais de doces desde a adolescência, quando fez cursos de confeitaria e
vendia trufas e palha italiana, até que esse ano decidiu se desligar da
carteira assinada e se dedicar somente ao negócio.
As vendas começam por volta das 6h da manhã e acabam
rapidamente. No último sábado, o estoque foi totalmente vendido entre 6h e
8h20. "Tem me chamado muita atenção porque eu tenho levado cada vez mais
bolos e cada vez mais pessoas têm procurado e o horário que finaliza o meu
estoque tem sido cada vez menor", contou.
As redes sociais foram essenciais para o crescimento
do negócio. Bruno posta vídeos diariamente no Instagram, atraindo clientes não
só de Natal, mas de outras cidades e estados.
"Eu recebo pessoas de Santa Cruz, Parnamirim,
Macaíba e até de João Pessoa. Através da rede social, eu consigo criar aquela
expectativa no cliente para que ele possa estar na banca comprando a sua tora
de torta", explica.
Hoje, ele não trabalha com entregas e prioriza a
venda presencial na banca. Também não tem planos imediatos para abrir loja.
"Hoje eu não penso em ter uma loja física, mas pode ser que seja plano
para o futuro. A feira me atende muito bem", afirma.
Os sabores oferecidos variam de acordo com os
pedidos dos clientes. "Os clientes vão na banca, escolhem o sabor e dizem:
'Ah, por que você não coloca tal sabor?' Aí eu vejo a possibilidade de tudo, se
dá certo, se fecha a conta. Tudo precisa ser bem calculado".
A intenção, segundo ele, é mostrar que a feira
também pode ser espaço para sobremesa. "Quero quebrar a ideia de que feira
é só pra comprar frutas ou pastel", disse.
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